"Se (os dirigentes desportivos internacionais) continuarem a agir da mesma forma, vão enterrar o movimento olímpico. O próprio conceito de Olimpismo está a sofrer hoje em dia", afirmou Putin durante a sua conferência de imprensa anual, em Moscovo.
No início de dezembro, o COI autorizou os atletas russos a participarem sob uma bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de 2024, sob condições estritas, uma decisão que foi protestada pela Ucrânia.
Perante os jornalistas, Vladimir Putin lamentou também uma decisão "em total contradição e uma perversão da ideia de Pierre de Coubertin", o visionário fundador dos Jogos Olímpicos no final do século XIX.
"Sob a influência das elites políticas ocidentais, tomam decisões que lhes são favoráveis e desfavoráveis ao desporto mundial", prosseguiu.
O Presidente russo afirmou ainda que pretende "analisar cuidadosamente as condições" antes de tomar uma decisão final sobre a participação ou o boicote dos atletas russos nos Jogos de Paris.
Por seu lado, o Ministro dos Desportos russo, Oleg Matytsine, denunciou as condições "discriminatórias" que "prejudicam os Jogos Olímpicos", deixando a porta aberta aos atletas russos elegíveis para os Jogos Olímpicos que desejem participar.
A questão é delicada, uma vez que a Ucrânia se opôs inicialmente a esta possibilidade, mas a sua posição evoluiu desde o verão passado, permitindo ao COI tomar uma decisão após meses de reflexão.
Após o anúncio do COI, Kiev denunciou uma decisão que "encoraja" Moscovo a prosseguir a agressão militar na Ucrânia, lançada há quase dois anos e que levou à exclusão da Rússia de numerosas organizações internacionais.
A partir de fevereiro de 2022, o COI proíbe as competições internacionais em solo russo ou bielorrusso, bem como a presença dos seus hinos, bandeiras e funcionários durante as competições.
Além disso, a 12 de outubro, o COI suspendeu o Comité Olímpico Russo, agora privado de financiamento olímpico, por ter colocado sob a sua autoridade cinco organizações desportivas das regiões ucranianas ocupadas. A Rússia recorreu da decisão para o Tribunal Arbitral do Desporto (CAS).