Os quartos Jogos da Era Moderna tinham sido atribuídos a Roma, mas a erupção do Vesúvio em 1906 levou a que o governo italiano desviasse as verbas para ajudar as vítimas e para cobrir os danos, desistindo de organizar a competição.
Assim, o Comité Olímpico Internacional (COI) apostou em Londres e os ingleses responderam da melhor forma, afastando os Jogos de qualquer Exposição Mundial, ao contrário das duas edições anteriores, construindo ainda de raiz, em apenas 10 meses, um estádio olímpico: o Sheperd’s Bush.
Contudo, nem tudo foi perfeito, com constantes desavenças entre britânicos e norte-americanos, que colocaram, diversas vezes, em causa a imparcialidade dos juízes anfitriões, o que levou a que o COI, em futuras edições, instituísse que os árbitros fossem de várias nações.
Os milhares de espectadores que viram as provas, em especial no Sheperd’s Bush Stadium, festejaram o domínio britânico, com os atletas da casa a conquistarem 145 medalhas, 56 das quais de ouro.
Os norte-americanos ficaram muito longe no medalheiro, com 47 no total e 23 de ouro, uma das quais por John Hayes, na maratona, naquela que foi a grande história dos Jogos de 1908.
O primeiro a cortar a meta não foi Hayes, mas sim o italiano Dorando Pietri, que, com enorme espírito de sacrifício, terminou os 42 quilómetros em primeiro lugar, após cair várias vezes ao longo do percurso por esgotamento físico.
Contudo, a medalha de ouro foi-lhe retirada, por os juízes terem considerado que fora irregularmente auxiliado por populares, mas a rainha Alexandra, sensibilizada com o seu feito, homenageou o atleta no dia seguinte, entregando-lhe uma Taça de Ouro.
O nadador Henry Taylor, vencedor dos 400 metros livres, dos 1.500 metros livres e da estafeta 4x200 metros livres, e o atleta Melvin Sheppard, campeão dos 800 metros, 1.500 metros e estafetas, foram os desportistas que mais contribuíram para a hegemonia britânica.
Entre as medalhas de ouro da delegação norte-americana, registo para mais duas (as nona e 10.ª da sua carreira) conquistadas por Ray Ewry, que defendeu em Londres os seus títulos no salto em altura e salto em comprimento, ainda sem balanço.
Quadro de medalhas:
Grã-Bretanha: 146
Estados Unidos: 47
Suécia: 25
França: 19
Alemanha: 14
Hungria: 9
Canadá: 16
Noruega: 8
Itália: 4
Bélgica: 8
Austrália: 5
Rússia: 3
Finlândia: 5
África do Sul: 2
Grécia: 4
Dinamarca: 5
Países Baixos: 2
República Checa: 2
Áustria: 1
