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Ayuso e a saída da Emirates: "Antes da Vuelta já tinhas as coisas claras"

Juan Ayuso na Volta a Espanha
Juan Ayuso na Volta a EspanhaANDER GILLENEA / AFP

O ciclista espanhol está no Ruanda a preparar a prova de estrada do Mundial de ciclismo que se disputa este domingo. A saída da Emirates foi tema.

Juan Ayuso olha para trás e fala sobre a sua saída da UAE Team Emirates e a sua transferência para a Lidl-Trek antes de se concentrar exclusivamente na seleção espanhola. Numa entrevista ao jornal Marca, narra o que aconteceu. "Acho que houve formas injustas em relação a mim vindas de fora, sem realmente saber como a equipa é gerida, mas isso não era importante para mim. O importante para mim era que internamente não havia uma boa coordenação".

O alicantino explica o stress a que esteve sujeito nos últimos meses. "Esta era uma pressão e um stress diferentes: o de tentar negociar uma saída e passar meses em que agora sim, agora não, agora te dizem isto, agora tens de ligar para tal, agora tens de falar com este... É algo para o qual, como atleta, acho que ninguém está realmente preparado. Isso também me tirou muita energia para treinar, porque era chamada atrás de chamada, reunião atrás de reunião, e não foi fácil".

E acrescenta: "Antes da LaVuelta ainda não estava assinado, mas já via as coisas mais claras e comecei a ter um pouco mais de tranquilidade. Mas sim, sobretudo durante o Tour e afins, foi um período um pouco stressante".

Ayuso explica o que aconteceu com o anúncio da sua saída. "Tínhamos acordado ambos anunciar depois da LaVuelta; de facto, foram eles que nos pediram. Eu teria gostado de o fazer antes da Vuelta para que se entendesse o contexto e não se falasse mais, mas aceitámos fazê-lo depois para não afetar o ambiente da equipa. Nessa segunda-feira eu não sabia de nada. Às 18:30 o meu agente, Lombardi, ligou-me: vinha ao hotel porque o Mauro (Gianetti) lhe tinha ligado e o comunicado ia sair àquela hora".

O espanhol reconhece que ainda não sabe por que foi anunciado nessa data. "Eu não tenho explicação de por que foi nesse dia. Houve polémica e quiseram usá-la como arma para prejudicar a minha imagem, fazer parecer que eram eles que não me queriam na equipa e ficarem bem... quando não tinham alternativa. Tinham 'perdido' e parece que o Mauro não assimilou bem. Avisaram que iam publicar às 19:00 e pronto. Não anunciaram sem autorização, mas eu tive de preparar o meu comunicado o mais rápido que pude".

Além disso, falou sobre a sua relação com Matxin. "Ele tinha um papel difícil. Tinha uma relação muito boa com ele, mas chegou um momento insustentável. O Matxin ficou um pouco no meio. Já lhe disse que era melhor que ficasse de fora e que não havia problema. Ele entende a minha decisão, respeita-me e ajudou-me a sair da equipa. Agradeço-lhe".

Por fim, falou sobre o Mundial do Ruanda e a sua ambição: "O que queria dizer com não assinar pela prata é que não vou com o objetivo de ser segundo. Se for segundo ou terceiro, também é um grande resultado, mas é preciso correr para ganhar. Depois o resultado dirá. Não quero sair a pensar em fazer pódio, saio para ganhar e depois veremos o que acontece".