Pedersen, líder da classificação dos pontos, vingou a fuga do dia ao cumprir os 167,8 quilómetros entre A Veiga e Monforte de Lemos em 4:02.13, batendo sobre a meta o venezuelano Orluis Aular (Movistar), segundo, e o italiano Marco Frigo (Israel Premier Tech), terceiro, com o português Ivo Oliveira (UAE Emirates) em 11.º, a 23 segundos.
O pelotão chegou a 13.31 minutos e o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) manteve distâncias na frente para o português João Almeida, segundo a 48 segundos, enquanto o britânico Tom Pidcock (Q36.5) é terceiro, a 2.38 minutos.
Num dia tranquilo para os favoritos, a tensão rolava na frente com um grupo de fugitivos que excedia as quatro dezenas, vários deles ilustres quer da arte de escapar quer de chegadas rápidas, mas também numa ainda deserta linha de meta.
A concentração de dezenas de manifestantes pró-Palestina, com bandeiras e cartazes alusivas à causa palestiniana, perante o ataque de Israel a Gaza, levou a polícia a encurtar a estrada numa curva estratégica, a poucos metros do final, tentando evitar a repetição do ocorrido esta semana, quando uma das tiradas ficou sem vencedor devido à presença de pessoas na estrada.
Com a Israel Premier Tech debaixo dos protestos, tendo já apagado as referências ao país da nova camisola e optando por insistir em prova, apesar dos convites a desistir de organização e Governo espanhol, o único incidente digno de registo foi a queda de dois ciclistas perante a aproximação de um manifestante, na fuga, sem consequências de maior.
Pedersen, primeiro nos pontos praticamente desde o início, solidificou a liderança nesta classificação, que tem praticamente garantida, ao conseguir a vitória que tanto procurou desde o início, seja em sprints compactos ou ao integrar muitas fugas do dia, sempre sem sucesso.
Depois de várias bolas ao poste, o campeão do mundo de fundo em 2019 respondeu a todos os ataques nos últimos dois quilómetros, quando foi o próximo a acelerar e colocar um ritmo que os outros só conseguiram seguir.
O sprint final, abalado pela queda de Magnus Sheffield (INEOS) pouco antes, não deixou dúvidas sobre quem é o mais forte em prova, com Aular a ficar muito perto de uma primeira vitória da Movistar na Vuelta desde 2021.
Esta foi a 11.ª vitória de Pedersen em grandes Voltas, a quarta na Vuelta, depois de três em 2022, e a 60.ª como profissional, aos 29 anos, e o próprio admitiu que ser o favorito numa fuga com tantos elementos, incluindo quatro colegas de equipa, e conseguir confirmar o estatuto “tem mais sabor”.
“Queria muito ganhar, e ganhei. Honestamente, temos de aplaudir a equipa. (...) É ainda melhor ganhar quando toda a gente está a olhar para nós e sabem o nosso plano”, admitiu.
Na fuga também esteve Ivo Oliveira, que acabou em 11.º lugar, tendo estado em bom plano numa etapa em que o colega de equipa australiano Jay Vine chegou a isolar-se na frente, com o belga Louis Vervaeke (Alpecin-Deceuninck), sem sucesso.
O português é agora 110.º na geral.
Na segunda-feira, o pelotão cumpre o último dia de descanso desta edição da Vuelta.