Numa antepenúltima etapa, de 161,9 quilómetros, entre Rueda e Guijuelo, em que não eram previstas mudanças na gera, a UAE Emirates voltou a falhar e, ‘adormecida’, viu a Visma-Lease a bike dar quatro segundos de bonificação fáceis a Vingegaard, que recuperou grande parte dos 10 segundos ganhos por Almeida na véspera no contrarrelógio.
“Ganhei uns segundos ali. Estávamos em boa posição, fui tentar e ganhei o sprint. Foi improvisado. Vimos que estávamos na parte dianteira (do pelotão) e pensámos ‘porque não?’”, referiu Vingegaard, que assume que “quatro segundos não é muito”, mas que continua a liderar.
Na véspera da decisiva etapa de sábado, que termina com uma subida à Bola del Mundo, Vingegaard passou a somar 44 segundos de avanço para o português, com o britânico Thomas Pidcock já fora da corrida, a 2.43 minutos.
Além de ter perdido quatro segundos, João Almeida ainda apanhou outro susto a 35 quilómetros da meta, quando, devido aos ventos laterais e com a sua equipa completamente descoordenada, se viu cortado, com um pequeno grupo na frente da corrida, no qual estava Vingegaard.
A sorte acabou por ser o facto de a Visma-Lease a bike, ou outra equipa, ter conseguido ter mais corredores na frente e João Almeida, apenas com a ajuda do australiano Jay Vine, conseguiu, com relativa facilidade, apanhar esse grupo.
De resto, a jornada correu como esperado, com as equipas dos sprinters a controlarem grande parte da corrida, acabando pelo belga Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) por conseguir a terceira vitória desta edição da Vuelta, em 3:50.35 horas.
Apesar de ter entrado mal colocado para os últimos quilómetros, Philipsen foi levado pela sua equipa ao sprint final, com o belga a conseguir a sexta vitória da temporada, depois de bater o dinamarquês Mads Pedersen (Lidl-Trek) e o venezuelano Orluis Aular (Movistar).
“Foi um trabalho de equipa. O Jonas (Rickaert) e o Edward (Planckaert) foram super-rápido e superbem, eu ia a sofrer na roda deles. Mas vi a linha de meta, puxei e consegui ganhar”, assumiu Philipsen.
Quase logo após o arranque oficial da etapa, o checo Jakub Otruba (Caja Rural-Seguros RGA) e Victor Guernalec (Arkéa-B&B Hotels) lançaram a fuga do dia, mas o francês acabou por desistir da tentativa quase de imediato.
O vencedor da primeira etapa do Grande Prémio Joaquim Agostinho, depois de andar 42 quilómetros sozinho, chegou a ter quatro minutos de avanço sobre o pelotão, que, contudo, pareceu ter sempre a corrida controlada e acabou por apanhar o checo ainda antes dos 50 quilómetros finais.
No sábado, corre-se a decisiva 20.ª e penúltima etapa, com 164,8 quilómetros, entre Robledo de Chavela e a Bola del Mundo, com a meta a coincidir com uma categoria especial, a quinta contagem de montanha do dia.