O esloveno afirmou que aprecia o percurso acidentado nos departamentos de Drome e Ardèche – famosos pelos campos de lavanda e desfiladeiros impressionantes – e está especialmente motivado por competir ao lado da namorada Urska Zigart, que participa na prova feminina no sábado.
Pogacar desistiu dos Jogos Olímpicos de Paris no ano passado – alegando fadiga extrema – depois de a Eslovénia ter ignorado Zigart para a equipa feminina, apesar de ela ser a campeã nacional em estrada e contrarrelógio. Desta vez, está radiante por tê-la ao seu lado.
"Partilhamos a viagem, o quarto, o tempo, valorizo muito estes momentos com a Urska", disse Pogacar.
"Estar com a seleção eslovena também é agradável. É uma boa equipa, estou ansioso por correr com eles, não tive muitas oportunidades nos últimos anos", acrescentou.
O ciclista de 27 anos admitiu que vencer o Europeu "não é o objetivo principal na carreira de ninguém" devido ao calendário preenchido, mas que gosta do percurso desta edição.
"Mais curta, mais explosiva"
A corrida masculina de domingo tem apenas 202 km, cerca de 65 km a menos do que a prova do título mundial masculino em Kigali na semana passada.
"É muito mais curta, vai ser mais explosiva, com subidas íngremes mas não demasiado longas, e haverá muito mais ciclistas a lutar pela vitória do que no Mundial", afirmou Pogacar, cuja ofensiva de longa distância no Ruanda deixou todos os principais rivais para trás.
Os dois grandes adversários em França serão o bicampeão do Tour de France Vingegaard e o belga duplo medalhado de ouro olímpico Evenepoel.
O belga arrasou Pogacar no contrarrelógio do Mundial há duas semanas, mas terminou longe, em segundo lugar, na prova de estrada, depois de problemas mecânicos.
"Mostrou no domingo passado o quão forte está, ao ser segundo depois de trocar de bicicleta duas vezes, está em grande forma e tem sempre muita vontade. Vai estar muito bem no domingo," disse Pogacar.
Vingegaard venceu recentemente a Volta a Espanha, um mês depois de terminar em segundo atrás do mestre esloveno no Tour. O especialista em montanha raramente participa em provas de um dia, mas esta, segundo Pogacar, "é um percurso ideal para trepadores".
"Se ele está aqui, vai estar em grande forma," afirmou Pogacar. "A Dinamarca tem uma equipa forte. Os franceses podem surpreender, há muitos jovens".
O francês Paul Seixas, com apenas 19 anos, será o mais jovem em prova, uma semana depois de terminar em 13.º no Mundial em Kigali. Os franceses contam ainda com Romain Gregoire, vencedor do Tour da Grã-Bretanha em setembro, com apenas 22 anos.
No extremo oposto da faixa etária está o português Rui Costa, que completa 39 anos este domingo e vai apoiar João Almeida, segundo classificado na Vuelta e vencedor, em 2025, de três provas de uma semana.
"Vai ser uma corrida muito interessante," disse João Almeida. "Não se esqueçam do Vingegaard, talvez até vejamos o Remco atacar e não esperar para seguir o Pogacar", acrescentou.
Pogacar continua, no entanto, a ser o homem a bater.
"Estamos já numa fase avançada da época, foi uma viagem longa, mas sinto-me muito bem e estou feliz por estar aqui e voltar a testar as pernas," afirmou Pogacar na sexta-feira.