Clube de patinagem que mais títulos ganhou no mundo na última década faz 30 anos

Clube de patinagem que mais títulos ganhou no mundo na última década faz 30 anos
Clube de patinagem que mais títulos ganhou no mundo na última década faz 30 anosRolar Matosinhos

O Rolar Matosinhos, clube português de patinagem sediado em Matosinhos e que mais títulos conquistou no mundo nos últimos 10 anos, assinala no sábado 30 anos de existência.

A efeméride será comemorada com um piquenique com pais, atletas, dirigentes e treinadores no parque de merendas ao lado do pavilhão de Custóias, onde, diariamente, mais de 130 atletas, dos quatro aos 29 anos, se tentam encaixar nos horários disponíveis, que já são escassos para a procura.

“Há muitos praticantes. Nos últimos dois ou três anos temos até ultrapassado o número de inscrições dos federados de hóquei em patins. Mas é uma modalidade pouco apoiada e em que é difícil de conseguir patrocínios apesar dos resultados de relevo alcançados”, lamenta Luísa Lopes, a presidente do clube há 12 anos.

Das sete medalhas conquistadas por Portugal nos recentes Campeonatos do Mundo, na Colômbia, cinco foram conseguidas por atletas do Rolar.

“Um feito que teve pouca visibilidade. Só saíram notícias pequeninas e ninguém foi recebido pelo Presidente da República”, frisa a dirigente.

Num país em que o hóquei em patins tem uma forte tradição enraizada, a patinagem conheceu um franco crescimento na última década e meia.

“Desde 2009, que foi o ano no primeiro título mundial de Portugal, conquistado por mim como atleta, que a modalidade tem crescido”, frisou o antigo atleta e atual coordenador técnico do clube, Hugo Chapouto.

Na última década, entre campeonatos distritais, nacionais, europeus e mundiais, são já mais de 400 títulos (medalhas de ouro) individuais e mais de 300 pódios conquistados, adiantou a direção do clube à agência Lusa.

No recente mundial de patinagem artística, que terminou no dia 30 de setembro, na Colômbia, os atletas do Rolar Matosinhos conquistaram cinco das sete medalhas de Portugal, incluindo as duas medalhas de ouro de Pedro Walgode, a principal referência da patinagem artística nacional, e de Mariana Pinheiro, que se tornou na primeira mulher a conquistar um título mundial júnior na história da patinagem artística mundial.

Além dos dois títulos, Ema Pitoco e Diogo Carvalho trouxeram uma medalha de prata (pares de dança) e duas de bronze, com Mariana Pinheiro e Diogo Ferreira (pares de dança) e Diogo Craveiro (patinagem livre em seniores).

Já no Europeu, em Itália, um mês antes, o Rolar Matosinhos esteve presente com 11 atletas e conquistou oito medalhas, três de ouro, com Mariana Pinheiro e Diogo Ferreira (pares de dança juniores), Pedro Walgode (solo dance seniores) e Catarina Craveiro (solo dance juniores), quatro de prata, com Catarina Craveiro (patinagem livre juniores), Albina Kachur (solo dance cadetes), Beatriz Sousa (solo dance seniores) e Mariana Pinheiro (solo dance juniores) e uma de bronze, com Ema Pitoco e Diogo Carvalho (pares de dança juniores).

Agora, segue-se a Taça da Europa, na Croácia, de 29 de outubro a 06 de novembro, onde o Rolar Matosinhos estará presente com oito atletas.

Crescimento de praticantes

O crescimento do número de praticantes de patinagem artística sentido pelo Rolar Matosinhos nos últimos três anos estará alicerçado na presença da modalidade como oferta do Desporto Escolar e no sucesso da série de televisão venezuelana Soy Luna.

Essa é, pelo menos, a convicção dos responsáveis do Rolar Matosinhos, uma associação desportiva, sem fins lucrativos, que celebra este sábado o seu 30º aniversário.

A presidente do clube há sete mandatos (12 anos), Luísa Lopes, sublinha que, nos últimos anos, a modalidade superou mesmo em número de atletas federados o hóquei em patins.

De acordo com dados recolhidos pela treinadora Fernanda Ferreira junto da Federação de Patinagem de Portugal para a sua tese de mestrado, em 2022 estavam federados 7.028 patinadores artísticos e os seus resultados em competições internacionais totalizam 420 medalhas, das quais 12 títulos mundiais e 127 europeus.

“Nos últimos 10 anos temos tido um incremento enorme de atletas. Atualmente temos cerca de 130, incluindo seis ou sete seniores, o que não é muito comum”, aponta a presidente do clube, Luísa Lopes.