O jovem de 18 anos, que esteve envolvido numa colisão com vários carros durante uma corrida molhada da Fórmula Regional Europeia, foi a segunda vítima mortal num espaço de quatro anos no circuito do Grande Prémio da Bélgica.
"É um dia trágico para o desporto automóvel. Perdemos um piloto hoje, por isso quero que todos pensem nisso", disse Stroll depois de terminar em quarto lugar na corrida de sprint no Red Bull Ring da Áustria, do campeonato da Fórmula 1.
"Os meus pensamentos estão com ele. Parte-me o coração o que aconteceu e acho que a Eau Rouge em Spa precisa de ser analisada porque perdemos dois pilotos num espaço de quatro ou cinco anos. É uma curva muito perigosa e dizemos isso todos os anos e não é justo o que aconteceu. Acho que aquela curva tem de mudar. Acho que é demasiado perigosa e penso que sempre que passamos por ela há um acidente à espera de acontecer. Hoje voltou a acontecer e perdemos um miúdo e não é justo", desabafou.
Spa recebe o Grande Prémio da Bélgica em 30 de julho. Eau Rouge é o nome dado à curva mais famosa de um circuito com um historial mortífero que se estende por décadas.
O piloto francês Anthoine Hubert morreu em agosto de 2019 num acidente com vários carros no mesmo sítio, numa corrida de Formula 2 em Spa-Francorchamps, em que o seu monologar embateu nas barreiras e a saltou de novo para a pista.
Os organizadores fizeram alterações nessa parte do circuito após o acidente, nomeadamente alargando as áreas de saída de pista e recuando as barreiras.
O bicampeão mundial Fernando Alonso, de 41 anos, o piloto mais experiente da Fórmula 1 e colega de equipa de Stroll, afirmou que os procedimentos em tempo de chuva precisam de ser analisados, uma vez que a visibilidade é um verdadeiro problema.
"Não conseguimos ver nada. Por isso, se houver um carro a meio da reta ou qualquer outra coisa, esse é o verdadeiro perigo. O que aconteceu hoje não se deve repetir", afirmou.
"O spray dos carros precisa de ser estudado para o reduzir... Não sei se Spa é o problema", acrescentou o espanhol. "Acho que em Monza vai ser a mesma coisa se encontrarmos um carro no meio da reta. Não se vai conseguir ver, e esse é o verdadeiro problema", explicou.