O francês foi nomeado treinador das Zebras em novembro de 2023, substituindo Mogomotsi Mpote pouco antes do início da campanha de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026.
Sob o seu comando, o Botsuana tornou-se uma equipa bem organizada, conseguindo resultados impressionantes contra o antigo campeão africano Gana e o Egito. Mais importante ainda, a seleção estava no bom caminho para se qualificar para a CAN-2025, em Marrocos, depois de ter vencido Cabo Verde por duas vezes.
Infelizmente, o ex-treinador da Mauritânia abandonou o cargo e, quando questionado sobre a sua decisão, Da Rosa explicou que se devia a problemas de liderança e não a razões financeiras.
A falta de colaboração com o recém-eleito presidente da Associação de Futebol de Botsuana, Tariq Babitseng, foi um fator fundamental para a sua decisão.
"Mesmo que tenha sido uma decisão que não me agradou, o facto é que não deixei o cargo de treinador do Botsuana por causa do dinheiro", disse Gomes da Rosa ao Flashscore:"Ele (Tariq Babitseng) foi eleito (presidente do futebol do Botsuana) no início de setembro e, até outubro, nunca o encontrei. Portanto, isso significa que ele tinha outro plano no bolso. Tenho a certeza de que ele estava à espera de me despedir. Por isso, não podia continuar a trabalhar nessas condições. Deixei o meu emprego, mas com uma grande tristeza."
Após a saída do treinador, o sul-africano Morena Ramoreboli assumiu o comando e levou as zebras ao segundo apruamento para a CAN, apesar dos desafios e da tristeza que cercaram a transição. De forma impressionante, os jogadores da seleção do Botsuana atribuíram o feito ao francês, partilhando várias mensagens sentidas nas redes sociais.
Apesar de ter deixado as Zebras, Da Rosa continua profundamente ligado à cena futebolística do Botsuana, continuando a orientar e a apoiar os jogadores nas suas carreiras. Ele expressou admiração por alguns dos principais talentos do país, destacando seu potencial para ter sucesso internacional.
"Continuamos em contacto. Telefono-lhes todas as semanas, sobretudo aos líderes das equipas, porque são muito empenhados e muito profissionais. Por vezes, precisam de conselhos sobre o seu futuro, sobre o sistema tático, por isso mantenho-me em contacto com eles", continuou.
"Há vários bons jogadores no Botsuana e vou tentar ajudar alguns deles a jogar no exterior. Esse é um dos meus grandes objetivos agora, porque eles merecem. Por exemplo, posso falar de (Mothusi) Johnson, Alord (Velaphi) e do nosso capitão, Thatayaone (Ditlhokwe), que é jogador do Kaizer Chief. Ele é um zagueiro muito forte. O Botsuana não tem nenhum jogador a jogar na Europa, mas com a nova geração esperamos conseguir algo no futuro. Também gostaria de estender os meus cumprimentos especiais ao ex-presidente Maclean Letshwiti, que facilitou muito o meu trabalho no comando."
O treinador Gomes da Rosa dirige atualmente o Al Ahli Tripoli, 13 vezes campeão da primeira divisão líbia, e está determinado a levar a equipa ao sucesso na Liga dos Campeões da CAF na próxima época.
Apesar das ofertas de várias selecções nacionais para as eliminatórias da África do Sul e do Campeonato do Mundo do próximo ano, o inteligente treinador mostra-se feliz por estar no Clube do Século.
"Estou com a equipa há mais de um mês e tudo está a correr bem. O clube tem projectos e objectivos ambiciosos, com o objetivo imediato de vencer o campeonato e de se qualificar para a próxima Liga dos Campeões. É um grande clube com uma excelente organização. Os adeptos trazem muita pressão, mas estou a lidar bem com ela. A ambição aqui é incrivelmente alta, e veremos o que o futuro nos reserva. No entanto, estou muito feliz neste momento, pois estou a trabalhar num ambiente fantástico com uma direção clara."
