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Direção do Sporting quer voltar a alterar o símbolo do clube

Frederico Varandas, presidente do Sporting, com André Bernardo, vice-presidente e administrador da SAD
Frederico Varandas, presidente do Sporting, com André Bernardo, vice-presidente e administrador da SADLUSA
A direção do Sporting, liderada por Frederico Varandas, vai marcar uma Assembleia Geral para que os sócios sejam chamados a votar alterações na marca Sporting, nomeadamente um novo símbolo para o clube de Alvalade.

"Estamos agora a iniciar o processo para fazer um rebranding. Uma nova era deve ser acompanhada de uma evolução da marca no mesmo sentido. A instituição e marca vivem em simbiose. Uma é a outra, e vice-versa. Vivem de uma razão de ser que deve ser comunicada de forma clara. A Apple e a Nike são dois exemplos de referência nesse sentido. Além disso, devem ser o ponto de partida para todo o restante processo de transformação e não o contrário. Por isso, o rebranding torna-se também prioritário. O Sporting já fez outros rebrandings no passado e faz agora todo o sentido na fase de transição que atravessamos. Há vários exemplos, de organizações e clubes, que fizeram recentemente rebrandings", afirmou André Bernardo, vice-presidente do Sporting, ao jornal do clube.

"Estes processos, pela sua natureza, geram sempre ruído. Há sempre opiniões diversas. Quem diga que deviam existir outras prioridades. Grupos de resistência. Resistências à mudança. É necessária habituação. E, normalmente, primeiro estranha-se e depois entranha-se. O próprio processo é difícil e pode ser demorado. É preciso acharmos que acertámos em cheio. Existem outros rebrandings e marcas que ocuparam alternativas que gostaríamos de explorar e, por eles já o terem feito, torna-se mais difícil. Existem processos de consulta e avaliação com grupos que vamos fazer, nomeadamente a consulta aos sócios em sede de Assembleia Geral. Mas faz parte de qualquer processo de evolução, sobretudo com esta dimensão e valor simbólico, e também já foi feito no passado", explicou o dirigente.

Este processo de rebranding do Sporting faz parte do plano de visão estratégia 23/26 que, segundo André Bernardo, visa criar as bases para acabar com os problemas financeiros que têm travado o sucesso desportivo nas últimas décadas.

"Existe, com maior dimensão ainda, uma pressão imediatista no que concerne aos resultados e uma componente muito emocional, que depois pode comprometer o foco necessário para a construção das bases fundamentais para um futuro sustentável. No caso do Sporting , ganhámos apenas cinco títulos nacionais no futebol entre 1980 e 2022. Neste ciclo, tivemos dois longos períodos de travessia no deserto de quase 20 anos cada um e vivemos em constantes dificuldades financeiras. Estamos ainda hoje a construir as bases que deviam estar asseguradas, que implicam investimento e tempo, e em concorrência com os nossos rivais que já as têm", explica André Bernardo.

"No dia em que deixarmos de ser sustentáveis, seremos insustentáveis. Ou seja, por definição, deixamos de conseguir existir. A sustentabilidade, no sentido lato, é precisamente conseguir encontrar os equilíbrios necessários para ter sucesso nos objetivos a que nos propomos. Esse ponto de equilíbrio implica balancear múltiplas variáveis ao mesmo tempo, como por exemplo o curto e o longo prazo, o financeiro e o desportivo, o sacrifício e o prazer, o negócio e o meio ambiente, etc.", acrescentou.