“Ela, realmente, nas pegas ainda está um passinho acima, mas, apesar de tudo, acho que hoje também demos um passo diferente em frente e, lá está, agora estudando melhor a adversária e treinando mais especificamente o que aconteceu acho que brevemente lhe conseguirei dar a volta e que este resultado sorria para mim”, disse no final a judoca à agência Lusa.
Foi uma Catarina Costa sorridente que falou no final da categoria de -48 kg dos Europeus de judo de Podgorica, onde a portuguesa conquistou a medalha de prata, depois de perder na final com a francesa Shirine Boukli.
Para a judoca lusa foi um dejá vu, depois de estar a disputar uma terceira final em quatro anos diante de Boukli, com o mesmo desfecho, prata para Catarina, ouro para a gaulesa, tetracampeã europeia, medalhada olímpica e mundial.
Em Sófia-2022 e Montpellier-2023, Catarina Costa lutou também com Boukli, mas hoje ficou a sensação de estar mais perto de a vencer.
“Acho que desta vez consegui estar um bocadinho melhor nas pegas do que nas últimas vezes. Depois, consegui algumas vezes ter bem a manga e algumas oportunidades para atacar, aliás, quando o fiz, consegui empatar o combate. Estava-me a sentir bem e, mesmo chegando ao ponto de ouro, ainda tinha energia para tentar ali um ataque diferente e tentar se calhar outra pontuação”, acrescentou.
Em Podgorica, a judoca da Académica, clube a que voltou a agradecer por todo o apoio, bem como ao treinador João Neto, teve uma prova em crescendo, depois de um início que quase assustou, com um combate de estreia a roçar os 10 minutos.
“Estava a sentir muito cansaço, porque no primeiro combate chegámos mesmo a sentir o ácido lático no corpo todo. Acabei por conseguir o terceiro shido (castigo) e, a partir daí, foi uma prova nova, combate a combate”, assinalou.
A judoca, de 28 anos, fez então valer a sua experiência, mesmo quando parecia não ter fôlego para mais.
“Aquilo é um jogo sempre... sei que sou boa nisso, sei que é preciso sofrer, tenho consciência que é duro, mas também tenho consciência de que estas provas se ganham nesse combate e nessa dureza mental, que é fazer mais um ataque, é não ter energia e ter que dar o primeiro passo sem errar. Realmente, o judo é muito duro nesse aspeto, porque uma pessoa está no limite dos limites e o detalhe de não errar, de fazer um ataque primeiro e pôr ali uma boa sequência seguida”, explicou, num combate em que a dinâmica foi essencial para Tomankova sofrer ela um terceiro castigo.
O desempenho de Catarina deu a Portugal a primeira medalha nos Europeus de Podgorica, num dia em que também competiram Raquel Brito (-52 kg) e Miguel Gago (-66 kg) e quando ainda faltam entrar em ação mais seis judocas da seleção portuguesa.
Otari Kvantidze (-73 kg), estará em prova na quinta-feira, seguindo-se Taís Pina (-70 kg), Bárbara Timo (-70 kg) e João Fernando (-81 kg), na sexta, e os medalhados olímpicos Patrícia Sampaio (-78 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg), no sábado.