“Este é o início de um protocolo que, com certeza, vamos alargar mais e, obviamente, acho que a FPV pode ajudar politicamente. Podemos ajudar a abrir portas a apresentares o teu projeto à política, o que é importante”, fez saber António José Barros, presidente do organismo, que foi convidado e orador na apresentação do projeto ‘O Sonho Comanda a Vida’ – a primeira portuguesa a atravessar o Atlântico a solo’, protagonizado por Madalena Casanova, que em 2027 participará nessa prova, uma travessia a solo, no Oceano Atlântico, num barco de 6 metros e meio de dimensão.
O responsável máximo pela federação de vela nacional anunciou que o protocolo rubricado com a jovem velejadora, de 20 anos, se estenderá por vários domínios, incluindo parcerias para a disponibilização de roupas técnicas até ao apoio à comunicação e divulgação do seu projeto.
“É um protocolo de base, mas vais contar com muito mais apoio, certamente. Fazemos aqui uma pequena formalização – a Madalena vai passar, a partir de hoje, oficialmente também a integrar a Equipa Vela de Portugal”, acrescentou, dirigindo-se a Madalena Casanova, ainda que a disciplina que esta pratique, Vela Off-shore, não faça parte do domínio olímpico.
A velejadora lusa foi alvo do documentário ‘The Distance of Dream’, que acompanhou a sua travessia de 11 dias a acumular 1.000 milhas marítimas (cumpriu 1.111) de forma a obter a tão desejada qualificação para a Mini Transat 2027, e António Barros enalteceu a relevância do seu percurso para o desenvolvimento e expansão da Vela Off-shore no país.
“A Equipa Vela irá fazer variadíssimas ações e também temos de incluir a tua (projeto de participação na Míni Transat 2027) nas comemorações do seu centenário. Ainda somos a segunda modalidade portuguesa com mais medalhas em Jogos, depois do atletismo, e esperemos agora que no livro do centenário também venhas a ter a tua história escrita. Temos tido pouca tradição da Vela Offshore em Portugal nos últimos anos e precisamos de embaixadores para isso”, reconheceu o dirigente.
António Barros projeta que a participação nessa competição, considerada um viveiro de talento para carreiras de sucesso na vela internacional, antecipe a criação de uma escola de formação para essa atividade, ainda inexistente em Portugal, e anunciou o regresso da Volta a Portugal à vela, 23 anos após a sua última edição realizada, prova para a qual convidou Madalena Casanova para embaixadora.
“A Mini Transat é o ‘batizado’ na Vela Offshore que determina quem pode entrar neste mundo. É um processo de iniciação e isso para mim já era conquista suficiente. Ser a primeira mulher portuguesa claro que ajuda e motiva um pouco e é algo que nunca foi feito desta forma, acho que é um muito bom ponto de partida para obter 'sponsors' - é mais fácil apoiar alguém que está a fazer algo que ainda não foi feito do que mais um num ‘molho de peixes’”, assumiu, por fim, a velejadora.
