O médio argentino, que passou pelas camadas jovens do River Plate ao Real Madrid, vive um momento de sonho: estreou-se na seleção da Argentina, partilhou o campo com Lionel Messi e teve o privilégio de vestir a camisola mais emblemática do futebol mundial: a número 10.
"Entrei no balneário e vi a 10. Não conseguia acreditar"
Numa conversa com a ESPN a partir de Miami, onde se encontra concentrado com a Scaloneta para os amigáveis frente à Venezuela e Porto Rico, o jovem recordou o momento exato em que descobriu que lhe caberia substituir Messi na camisola.
"Entrei no balneário à procura da 21, que era a que tinha usado no jogo anterior, e vi o meu nome ao lado do do Julián. Não conseguia acreditar. Pensei que estavam a brincar comigo, mas era verdade. Foi um momento único", contou.
Para Mastantuono, esse número vai muito mais além de um dorsal:
"Usar a dez do Leo e uma camisola que também foi vestida pelo Diego é o máximo que me aconteceu na carreira. Não estava à espera e foi algo único. Cada vez que a vejo sinto orgulho, respeito e uma emoção difícil de explicar".
O natural de Azul garante que não sentiu pressão, mas sim gratidão:
"Foi incrível. Não sabia até ver a camisola ali. Não foi pressão, foi algo muito bonito. Tento vivê-lo com prazer".
"Messi é o melhor treinador dentro de campo".
Mastantuono não hesita ao falar do capitão argentino. A sua admiração por Messi vai para além do ídolo: considera-o um mestre dentro do campo.
"Leo Messi é o melhor treinador que se pode ter em campo. É preciso ser rápido mentalmente para jogar com ele, mas ele faz-nos perceber. Só de olhar para ele, sabemos o que quer fazer. Tento ajudá-lo a ele e aos meus companheiros para fazermos o melhor".
Do River ao Real Madrid: uma adaptação a grande velocidade
O salto para o Real Madrid foi tão vertiginoso como natural para Mastantuono, que passou da Sétima Divisão do River à equipa principal e, poucos meses depois, ao maior clube da Europa.
"No River, vinha das camadas jovens. Passar para a equipa principal foi uma mudança enorme, mas sentia-me preparado. Chegar ao Real Madrid não é fácil, mas a confiança que me deu jogar na seleção ajudou-me muito", explicou.
A relação com Mbappé e as conversas no balneário
Partilhar o balneário com figuras de renome mundial não o intimida. Mastantuono contou como foi a sua relação com Kylian Mbappé e se houve provocações pela final do Mundial-2022.
"Mbappé recebeu-me muito bem, é um jogador incrível e uma grande pessoa. Não falámos da final do Mundial, mas sim das seleções. Fala-se muito de futebol no balneário do Real Madrid".
O jovem revelou também o seu pódio de jogadores que mais o impressionam:
"O Leo é o primeiro. Impressiona-me o Bellingham, é diferente dos outros. E da seleção, Julián Álvarez: sofri com ele na LaLiga e está num momento incrível. É um dos melhores do mundo".
A cábala do Mundial e a sua tatuagem
Fanático da Albiceleste, Mastantuono recordou como viveu a final de 2022, quando tinha apenas 15 anos:
"No dia 18 de dezembro de 2022 estava com os meus amigos, na mesma casa de sempre, com a camisola do Messi por cábala. Foi uma emoção enorme. Tenho a data tatuada, pela seleção e pelo Leo. Por essa espinha que ele tinha de ganhar o Mundial, e conseguiu da melhor forma".
"Sonho em jogar o Mundial-2026"
Instalado no radar de Lionel Scaloni, o médio não esconde a ilusão de jogar o próximo Mundial.
"Seria um sonho jogar o Mundial-2026. Vou passo a passo, desfrutando deste momento, mas trabalho todos os dias para estar lá. Seria incrível vivê-lo com esta Seleção, onde me sinto muito confortável".
Quanto à sua posição, adapta-se ao que o treinador precisar.
"Gosto de jogar descaído para a direita do meio-campo, mas se o treinador me quiser colocar a central, vou jogar a central só para ir ao Mundial".
Com a sua tenra idade, Franco Mastantuono combina talento, humildade e uma maturidade pouco comum. No Real Madrid já começa a brilhar, mas o seu coração bate celeste e branco.
"Messi é o melhor da história, e a sua humildade torna-o ainda maior", concluiu o jovem que, sem o procurar, já começou a escrever a sua própria história com a camisola da Seleção Argentina.