O Atlético de Madrid encerrou a pré-temporada com uma vitória no St. James' Park, onde enfrentou um Newcastle United que não venceu nenhum dos seus amigáveis e que não contou com Alexander Isak, muito perto de se transferir para o Liverpool.
Recorde as incidências da partida
Os rojiblancos só tinham disputado um amigável a portas abertas até agora, com derrota pela margem mínima frente ao FC Porto (1-0), e encaravam o deste sábado como uma boa oportunidade para ganhar ritmo a apenas oito dias da estreia na LaLiga. O Espanhol será o primeiro adversário oficial do Atlético, que sem dúvida é um dos grandes protagonistas do mercado – o avançado italiano Giacomo Raspadori será o próximo a assinar.
O Newcastle, com o qual poderá vir a cruzar-se na Liga dos Campeões, está mais preocupado com o que diz respeito a Isak e ao seu hipotético substituto do que com qualquer outra coisa. Os resultados da digressão de verão, assim como o turbilhão de informações em torno do sueco, evidenciam que a equipa orientada por Eddie Howe está longe do ponto desejado: antes de empatar com o Tottenham (1-1) e o Espanhol (2-2), sucumbiram diante do Celtic (4-0), Arsenal (3-2) e K-League Stars (1-0). E agora isto...
Os titulares de Simeone
O técnico argentino escalou o seguinte onze: Jan Oblak; Marcos Llorente, Robin Le Normand, Dávid Hancko, Matteo Ruggieri; Johnny Cardoso, Conor Gallagher; Álex Baena, Thiago Almada, Giuliano Simeone; Julián Álvarez. Tripla representação argentina na mesma formação da última meia hora do treino contra o Rayo Vallecano, à porta fechada e com marcador de 1-1 (Antoine Griezmann e Jorge de Frutos marcaram no Cerro del Espino).
Três novidades este sábado em relação aos que começaram no Dragão: Clément Lenglet, Koke Resurreción e Alexander Sorloth esperaram a sua vez no banco desta vez. E se há algo que o Atlético tem esta temporada é profundidade de plantel, um fator que é chave e fundamental para poder lutar pelos grandes títulos. Outros jogadores como Carlos Martín, Marc Pubill ou Javi Galán parecem começar em segundo plano.
Atleti mostra as suas cartas
Julián e Hancko comandaram as primeiras ofensivas da equipa visitante, por vezes tímida e até mesmo submetida pelas investidas dos anfitriões. O que sem dúvida fica claro é que os colchoneros têm ferramentas suficientes para explorar um futebol vertical e de rock and roll. Embora a máquina ainda precise de ser lubrificada, conta com todos os elementos: o homem vassoura (Cardoso), o elo (Baena) e o atacante resolutivo (entre outros, a Aranha).
Logo após a meia hora, Kieran Trippier esteve a ponto de aplicar a lei do ex num livre que o guarda-redes esloveno defendeu com uma intervenção segura. Apesar da tentativa do inglês, o protagonista durante o último quarto de hora foi o recém-chegado Anthony Elanga, que se mostrou muito ativo pelo lado direito. Joelinton teve a oportunidade mais clara, pouco antes do intervalo, num cabeceamento que passou rente à baliza.
A ligação Julián-Baena e um golpe de magia
É uma parceria que deverá dar frutos ao longo da época e o vínculo foi selado neste 9 de agosto, concretamente no início da segunda parte (50'). Uma transição fantástica colocou o avançado argentino em zona de perigo, mas a bola ficou um pouco atrás e ele optou por cedê-la ao seu novo aliado, que levantou a cabeça e lhe ofereceu meio golo numa estranha tabela que colocou a equipa espanhola em vantagem.
Saíram do relvado os responsáveis pelo 0-1 e a equipa esteve longe de se ressentir no seu empenho em manter-se perto da baliza adversária: Sorloth deu a pausa necessária após receber um passe de Musso, esperou pela chegada de Griezmann e o francês inventou uma verdadeira obra de arte que deixou Pope sem resposta. O seu toque com o exterior do pé esquerdo, uma ação magistral que quase ninguém podia prever, rompeu todos os limites da lógica - pelo físico e pelo mental.
Dada a necessidade de evitar um novo revés, ainda por cima perante os seus adeptos, os ingleses pressionaram sem sucesso na reta final do duelo. Ao contrário de Cholo, que fez 11 substituições de uma só vez, Howe encarou como se fosse uma jornada da Liga dos Campeões - fez apenas quatro alterações, menos do que pode fazer em qualquer partida oficial. E uma delas (obrigatória) foi a do talentoso Gordon, que saiu lesionado.