Embora o Bayer Leverkusen tenha terminado a temporada passada 13 pontos atrás do Bayern de Munique, campeão da Bundesliga, o segundo lugar ainda assim foi uma classificação digna de crédito.
Os 71 golos marcados ficaram atrás apenas dos bávaros e os 43 golos concedidos em 34 jogos foram apenas dois a mais do que os 41 do St. Pauli, que foi o melhor da primeira divisão alemã em 2024/25.
Francamente, Die Werkself nunca esteve perto de melhorar a sua época anterior sob o comando de Xabi Alonso, e o facto de ter passado um campeonato inteiro invicto em 2023/24 ficará para sempre na memória.
Jogadores como Florian Wirtz, Jeremie Frimpong, Granit Xhaka e outros entrarão para os anais da história do futebol alemão e serão para sempre recordados como fazendo parte dos Invencíveis de Leverkusen.
Os grandes nomes do Bayer foram embora
Hoje em dia, porém, os três jogadores citados acima já estão na Premier League. Wirtz e Frimpong assinaram com o Liverpool, enquanto Xhaka assinou contrato com o Sunderland.
O novo treinador do Leverkusen, Erik ten Hag, foi categórico ao afirmar que o último não sairia neste verão, chegando a dizer: "O agente dele (Xhaka) pode dizer o que quiser, mas este clube já perdeu três jogadores importantes".
"Não vamos deixar sair mais nenhum jogador, isso não é possível. Isso seria negligenciar a estrutura e também a cultura do plantel. É claro: Granit é um líder, assinou aqui por cinco anos e ainda tem três anos de contrato. Ele é demasiado importante para o deixarmos sair."
Apesar de um aviso claro, Xhaka foi-se embora, deixando o treinador neerlandês sem opções antes mesmo de a bola rolar oficialmente em 2025/26.
Ten Hag estará desesperado para reparar a sua imagem abalada
Depois de um período tórrido como treinador do Manchester United, ten Hag estará desesperado para recuperar a sua imagem, mas quando três dos seus melhores jogadores são vendidos por cima de si, a vida torna-se muito mais difícil.
Felizmente, ainda há Patrik Schick.
O avançado checo de 29 anos comprometeu-se recentemente com o Leverkusen até 2030. O seu novo contrato é o maior que qualquer futebolista checo alguma vez assinou e faz dele o jogador mais bem pago de todo o plantel dos farmacêuticos.
"Com o compromisso de Patrik Schick, não convencemos apenas um dos avançados mais letais da Europa do nosso projeto. Esta renovação de contrato também nos garante uma figura de liderança para a nossa equipa, com quem pretendemos perseguir os maiores objetivos nos próximos anos", disse o diretor desportivo do Leverkusen, Simon Rolfes, após a assinatura do contrato.
É compreensível que o clube esteja tão satisfeito.
Schick foi o salvador da invencibilidade do Leverkusen em mais do que uma ocasião com os seus golos nos descontos daquela época e, desde que assinou pelo clube em 2020/21, já marcou 72 golos em todas as competições.
São mais 34 do que o concorrente mais próximo, Wirtz, conseguiu no mesmo período, o que evidencia a tarefa que ten Hag tem pela frente.
Frimpong também marcou 26 golos e, entre ele e Wirtz, contribuíram com 78 assistências em todas as competições.
Leverkusen vai sentir falta da capacidade de passe de Xhaka
No que diz respeito à forma como Alonso montava as suas equipas antes de sair para o Real Madrid, o Leverkusen estava sempre no ataque e era incentivado a trocar passes até dominar o adversário.
Na maior parte do tempo sob o comando do espanhol, foi exatamente isso que aconteceu, com Xhaka a ter 91,4% de precisão, a melhor de qualquer jogador regular do Bayer. Foram 6360 passes com sucesso de 6957 tentados.
Em contrapartida, Schick tem 74,7% de acerto nos passes, o pior índice de todo o plantel, porém, nunca foi uma parte do seu jogo que lhe exigissem melhorar significativamente.
A sua principal preocupação é ser a referência do ataque e garantir que está sempre no sítio certo à hora certa para finalizar as oportunidades, e com a saída de alguns desses atacantes suplementares, a responsabilidade de marcar golos recai ainda mais sobre os seus ombros.
Schick tem de ser servido o máximo possível
No entanto, como já demonstrou ao longo da carreira, esse é um peso que pode suportar e, na verdade, o peso da responsabilidade ficará com ten Hag.
Com tanta excelência no ataque, o treinador precisa apenas que os seus alas e médios sirvam Schick o máximo possível.
Mesmo que ele falhe mais do que marque, Schick vive das assistências dos companheiros de equipa, como todos os bons avançados, e, se faltarem cruzamentos para a área, o homem da frente pouco pode fazer para influenciar o jogo.
Wirtz e Frimpong acertaram na trave 21 vezes nas últimas temporadas e fizeram 56 contra-ataques, o maior número entre todos os jogadores do plantel.
Grimaldo também contribuiu com um bom desempenho ofensivo, mas é evidente que os outros têm de melhorar significativamente o seu jogo.
Péssimo início de Ten Hag no comando
No primeiro jogo da pré-temporada sob o comando de Ten Hag, a sua equipa perdeu copiosamente por 5-1 para a equipa sub-20 do Flamengo.
Isso deveria ser um aviso suficiente de que, além de reforçar a equipa, é preciso jogar com os seus pontos fortes e isso significa envolver Patrik Schick em todas as oportunidades disponíveis.
