A ilha caribenha, com pouco mais de 150.000 habitantes e parte autónoma dos Países Baixos, tornou-se o país mais pequeno a garantir presença no Mundial ao empatar com Jamaica em Kingston, na quarta-feira.
Advocaat, de 78 anos, não esteve presente porque teve de regressar aos Países Baixos por motivos familiares.
Conhecido como “o Pequeno General”, já foi selecionador nacional de oito países diferentes e levou os Países Baixos às meias-finais do Euro-2004 e aos quartos de final do Mundial-1994.
Agora, será o treinador mais velho de sempre a participar nas fases finais do Mundial.
"Depois de uma exibição destas, apetece dizer que é o momento mais bonito que vivi, mas estaria a desvalorizar tantos outros instantes", disse Advocaat ao jornal Algemeen Dagblad, na quinta-feira, na sua primeira reação pública ao feito.
“É a coisa mais louca que já consegui como treinador. É maravilhoso para a ilha e para os jogadores que vieram de tão longe".
Advocaat assistiu ao jogo pela televisão, em casa, em Haia, nas primeiras horas de quarta-feira.
"Fiquei completamente exausto depois do jogo, muito mais do que quando estou no relvado. Podemos preparar tudo ao pormenor, mas perdemos toda a energia. Era uma partida tão importante", afirmou.
“Veja-se a Jamaica, Steve McClaren já tinha deixado o cargo de selecionador poucas horas após o empate. Ainda assim, acertaram duas vezes no poste e uma na barra. E depois houve o penálti".
Intervenção do VAR manteve vivo o conto de fadas
O sonho de Curaçau parecia desfeito no quarto dos cinco minutos de compensação, quando o suplente Jeremy Antonisse aparentemente derrubou Isaac Hayden, da Jamaica, e o árbitro de El Salvador, Ivan Barton, assinalou de imediato grande penalidade.
"Felizmente, o VAR interveio. É para isso que serve, mas nunca se sabe, não é?", comentou Advocaat, referindo-se à assistência em vídeo.
O árbitro foi aconselhado pelos responsáveis do VAR a rever o lance no monitor junto à linha lateral e, sem hesitar, anulou a sua própria decisão.
"Podíamos ter perdido por causa de um momento destes. Por isso digo, no futebol tudo pode mudar num instante".
Advocaat assumiu o comando de Curaçau em janeiro do ano passado e incentivou vários jogadores neerlandeses com raízes nas Antilhas a integrarem a equipa, o que fez com que todos os jogadores que defrontaram a Jamaica fossem nascidos nos Países Baixos.
"Fomos aos lugares mais improváveis durante a qualificação, jogámos em relvados péssimos. E sempre disse que tudo se decidiria no último jogo. E foi mesmo assim. No final, chegámos ao destino com que os rapazes sonhavam: o Mundial na América", concluiu.
