Advocaat, selecionador de Curaçau, será o treinador mais velho da história dos Mundiais

Advocaat junto à linha lateral por Curaçau
Advocaat junto à linha lateral por CuraçauReuters / Troy Taormina-Imagn Images

Aos 78 anos, Dick Advocaat está prestes a tornar-se o treinador mais velho a participar num Mundial, depois de Curaçau ter conseguido um empate dramático na Jamaica e garantido a primeira presença de sempre na fase final.

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Com uma carreira internacional vasta, Advocaat já orientou sete outras seleções nacionais, incluindo três passagens pelos Países Baixos, onde nasceu, com quem chegou aos quartos de final do Mundial em 1994. No entanto, levar Curaçau ao Mundial poderá ser o seu maior feito.

Esta pequena ilha, parte autónoma dos Países Baixos e com uma população pouco superior a 150 mil habitantes, é o país mais pequeno de sempre a qualificar-se para o maior palco do futebol mundial.

Advocaat assumiu o comando da equipa em janeiro do ano passado. Contudo, teve de acompanhar a reta final à distância, pois deixou o grupo pouco depois de terem chegado à Jamaica no fim de semana, regressando a Haia por motivos que a federação de Curaçau justificou como "razões familiares".

Antes do encontro, Advocaat declarou: "É uma decisão muito difícil ter de deixar os rapazes aqui. Tomei esta decisão com o coração pesado, mas a família é mais importante do que o futebol. A partir dos Países Baixos, manterei contacto próximo com a equipa técnica e tenho total confiança neste grupo de jogadores".

Eram duas da manhã de quarta-feira nos Países Baixos quando Advocaat se sentou para ver o jogo, mantendo-se em contacto telefónico com o diretor da equipa, Wouter Jansen, que transmitiu as suas indicações aos adjuntos Dean Gorre e Cor Pot ao intervalo, segundo a imprensa neerlandesa.

Curaçau viveu momentos de sorte num Estádio da Independência repleto, com a Jamaica a acertar nos ferros por três vezes na segunda parte, embora também tenha criado perigo e mantido o experiente guarda-redes jamaicano Andre Blake em ação.

O conto de fadas parecia desmoronar-se no quarto dos cinco minutos de compensação, quando o suplente de Curaçau, Jeremy Antonisse, aparentemente derrubou Isaac Hayden e o árbitro de El Salvador, Ivan Barton, assinalou de imediato grande penalidade.

No entanto, o árbitro foi rapidamente aconselhado pelos responsáveis do VAR a rever o lance no monitor junto à linha lateral e, sem hesitar, anulou a sua própria decisão, para surpresa do público.

A alegria de Curaçau foi confirmada minutos depois, quando o apito final soou e começaram as celebrações, ficando o mundo a aguardar pela reação de Advocaat até mais tarde na quarta-feira.

Até agora, o treinador mais velho a orientar uma equipa no Mundial era o alemão Otto Rehhagel, que tinha 71 anos e 317 dias quando comandou a Grécia no último jogo do grupo frente à Argentina na África do Sul em 2010.