Mais um triunfo – seria o sexto consecutivo nesta fase – daria aos ingleses 18 pontos, e como a Albânia, a perseguidora mais próxima, só pode chegar a um máximo de 17, os Três Leões poderiam assim experimentar novas opções nas duas últimas partidas, agendadas para novembro.
Atitude mental é fundamental para o duelo com a Letónia
É esse o espírito que Thomas Tuchel e companhia devem adotar, em vez de relaxarem agora e complicarem a tarefa.
Apesar de a Inglaterra nem sempre ter mostrado o seu futebol mais vibrante nesta campanha, a vitória na Sérvia demonstrou ao mundo do futebol do que esta seleção é capaz quando está inspirada.
Em março, a era Tuchel arrancou com um triunfo por 2-0 sobre a Albânia, rapidamente seguido de uma vitória por 3-0 frente à Letónia em Wembley.
Nessa ocasião, Reece James, Harry Kane e Eberechi Eze marcaram para os anfitriões, embora nenhum dos três tenha participado no jogo mais recente de Inglaterra, o particular ganho por 3-0 frente ao País de Gales.
Tuchel conta atualmente com um plantel bastante equilibrado, pelo que, caso haja dúvidas sobre jogadores com pequenas lesões, mantê-los de fora por mais algum tempo é uma opção ao dispor do técnico alemão.
Kane pronto para regressar
Se Kane for utilizado no jogo de terça-feira – e tudo indica que já ultrapassou os recentes problemas físicos – terá oportunidade de aumentar o seu registo goleador pela seleção inglesa, que já vai em impressionantes 74 golos em 109 internacionalizações, mais 21 do que o rival mais próximo, Wayne Rooney, que apontou 53 golos em 120 jogos pela seleção.
O jogo de terça-feira será apenas o segundo confronto de sempre entre Inglaterra e Letónia, sendo que a única vitória dos letões no grupo até ao momento foi frente ao lanterna-vermelha Andorra.
Ainda assim, conseguiram empatar com Andorra e Albânia, e a única derrota caseira nesta fase foi diante da Sérvia, por tangenciais 0-1.
A Inglaterra continua a ser a única seleção dos grupos de qualificação da UEFA com cinco equipas que ainda não concedeu qualquer golo nesta campanha, tendo marcado 13, pelo que os anfitriões sabem bem o quão difícil será conseguir algo deste encontro, mesmo que os visitantes não estejam no seu melhor.
Letónia tem tarefa hercúlea pela frente
Para se perceber a dimensão do desafio, a Letónia venceu apenas um dos últimos 12 jogos no último ano, e o seu registo frente a seleções do top 10 é de 14 derrotas em 14 jogos, com apenas um golo marcado e 41 concedidos.
No jogo de Wembley em março, os letões conseguiram apenas um remate enquadrado, contra oito da Inglaterra, e apenas três remates no total, face aos 27 dos Três Leões. A equipa de Thomas Tuchel também dominou a posse de bola, com 73,4% ao longo dos 90 minutos.
Por isso, não será surpresa se iniciarem o encontro com um esquema ultra-defensivo de 5-4-1.
Embora isso vá convidar a Inglaterra a atacar, já que os anfitriões deverão ter poucas oportunidades, ao povoar a linha defensiva podem dificultar a tarefa aos Três Leões.
O regresso de Bukayo Saka após lesão não podia ter acontecido em melhor altura, e a sua criatividade e energia pelo flanco direito inglês serão fundamentais para abrir espaços perante a esperada resistência da equipa de Paolo Nicolato.
Poderá a Inglaterra manter a campanha perfeita?
Os letões vão estar privados do seu capitão e principal referência, Kristers Tobers, que sofreu uma lesão grave no final de setembro, mas isso não deverá alterar a abordagem de Nicolato ao jogo.
É difícil imaginar outro desfecho que não seja uma vitória inglesa, e mesmo tendo em conta que a equipa de Tuchel não brilhou nos jogos frente à Andorra, onde poderia ter marcado muitos mais golos, a verdade é que conseguiu sempre garantir os três pontos.

Mesmo que o(s) golo(s) só surja(m) mais tarde no encontro, desde que a Inglaterra termine com mais golos do que os anfitriões, os registos históricos mostrarão uma campanha perfeita – pelo menos até ao momento – e a qualificação para a sua 7.ª presença consecutiva em fases finais do Mundial.
Tendo em conta que existiam dúvidas legítimas sobre o futuro da seleção após a saída de Gareth Southgate, Tuchel terá respondido da melhor forma aos críticos caso a Inglaterra se qualifique sem sequer conceder um golo.
