Um registo perfeito de quatro partidas, quatro vitórias, oito golos marcados e nenhum concedido parece sugerir que os Três Leões estão a navegar pelo Grupo K. Embora seja muito provável que a Inglaterra se qualifique com facilidade, ninguém pode ignorar o quão pobre tem sido a equipa sob o comando de Thomas Tuchel.
Vitória sobre Andorra levanta mais questões do que respostas
A vitória por 2-0 sobre Andorra foi, tal como o triunfo por 1-0 em junho, pouco mais do que um jogo aborrecido. Sem energia ou criatividade no ataque contra a lanterna vermelha do grupo - classificados em 147.º lugar no ranking mundial - levanta mais questões do que respostas.
O número de 11 remates foi o mais baixo que a Inglaterra conseguiu contra uma equipa fora do top 100 desde março de 2011, frente ao País de Gales. Por isso, se Tuchel quiser aproximar-se do seu objetivo declarado de ir até ao fim nos Estados Unidos no próximo ano, há muitas melhorias a fazer até lá.
A sugestão do técnico de que a Inglaterra pode tentar trazer de volta os lançamentos longos e as bolas longas vindas de trás talvez seja também uma aceitação de que o jogo de passes curtos e rápidos não é necessariamente algo que funcione com este grupo de jogadores.
Será interessante perceber se um estilo de jogo inglês mais tradicional será bem aceite pelos adeptos, depois de uma abordagem moderna sob o comando de Gareth Southgate.
Sérvia também invicta na qualificação para o Mundial
A Sérvia também está invicta no grupo, não concedeu golos e ocupa a segunda posição por ter disputado uma partida a menos do que a Inglaterra e ter empatado um dos seus jogos de qualificação até ao momento.
Só por isso, é evidente que a Sérvia será um teste muito mais duro para os Três Leões, já para não falar que deverá ter Aleksandar Mitrovic pronto para dar à defesa inglesa uns 90 minutos mais ocupados do que o habitual.
O avançado tem oito golos nas suas últimas sete partidas, embora, curiosamente, tenha feito 24 remates contra o guarda-redes inglês Jordan Pickford durante a sua carreira na Premier League - mais do que contra qualquer outro guarda-redes - e não tenha conseguido marcar nenhum deles.
Luka Jovic e Dusan Vlahovic foram titulares na partida mais recente da Sérvia - uma vitória por 1-0 sobre a Letónia na qualificação - e ambos poderão certamente voltar a ser titulares caso Dragan Stojkovic decida começar com a mesma formação.
Os jogadores da Premier League Nikola Milenkovic e Sasa Lukic também poderão dar algumas informações sobre o balneário, dando aos sérvios mais do que uma hipótese de tirar algo da partida.
Bancadas ao rubro
Sem falar que o Estádio Rajko Mitic, em Belgrado, estará lotado para a visita da equipa de Tuchel, e o ambiente deverá ser partidário e hostil, embora se espere que não descambe e resulte em novas sanções por parte das entidades reguladoras.
"A Federação Sérvia de Futebol está sob o escrutínio da UEFA e da FIFA, bem como o historial de vários incidentes que nos sujeitaram a medidas disciplinares da UEFA e da FIFA - apelamos aos adeptos para que transmitam ao mundo uma imagem que nos orgulhe a todos", lê-se num comunicado divulgado antes da partida.
Dar qualquer desculpa ao público da casa para apoiar os seus jogadores pode muito bem colocar a Sérvia em ascensão, já que se alimenta da energia do estádio. Um estádio em que a Sérvia não concedeu qualquer golo nas suas últimas cinco partidas, que incluíram jogos contra Espanha, Áustria e Dinamarca.
Além disso, os anfitriões perderam apenas uma das suas últimas 28 partidas de qualificação para o Mundial (19 vitórias e oito empates), que aconteceu em 2012, quando perderam por 3-0 para a Bélgica.
Bellingham foi o herói da última vez
As duas seleções só se defrontaram uma vez, quando o mergulho de cabeça de Jude Bellingham foi suficiente para a vitória da Inglaterra no Euro-2024. No entanto, o médio do Real Madrid voltará a estar ausente na partida de terça-feira, enquanto tenta recuperar de uma lesão.
Elliot Anderson foi extremamente impressionante durante o jogo com Andorra, e a sua precisão de 93,9% nos passes foi a mais alta de qualquer jogador que tenha feito mais de 100 passes. Os 100% de acerto perfeito de Ezri Konsa foram notáveis, mas também um pouco enganadores, já que ele fez apenas 18 passes durante a sua participação especial.
Tuchel certamente não pode aceitar tirar Anderson do seu meio-campo, embora um ou dois outros jogadores possam considerar-se sortudos por serem titulares novamente.
Tanto Noni Madueke como Marcus Rashford estiveram em falta durante longos períodos contra Andorra, e contra a maior ameaça à Inglaterra terminar no topo do grupo, Tuchel não pode permitir-se ter nenhum "passageiro".
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É claro que as ausências de Bellingham, Bukayo Saka e Cole Palmer - titulares em circunstâncias normais - não podem ser subestimadas. Sem eles e sem um Bellingham a fazer aquelas investidas devastadoras tardias na área, é provável que o jogo da Inglaterra seja um pouco unidimensional.
A próxima partida será certamente mais um duelo muito disputado, com um golo a fazer a diferença na noite.
