Recorde as incidências da partida
Felizmente para Thomas Tuchel e para o seu grupo dos Três Leões, isso nunca foi hipótese numa partida em que se mostraram focados e profissionais.
Domínio total da Inglaterra
Sabendo que os três pontos garantiriam o apuramento para a fase final do torneio, com duas jornadas de antecedência, os visitantes impuseram-se desde o apito inicial.
Os jogadores ingleses deram uma verdadeira lição de posse de bola, com 67% de posse durante toda a primeira parte e 303 passes completos em 333 tentados, o que resulta numa excelente taxa de 91% de passes certos.
Foi preciso esperar até ao minuto 26 para que Anthony Gordon inaugurasse o marcador, com um dos 15 remates dos Três Leões nos primeiros 45 minutos (seis deles só nos primeiros 15 minutos).
Foi o 11.º jogo consecutivo em que a Inglaterra se adiantou por 1-0, um feito que só tinha acontecido duas vezes: uma sequência de 12 jogos terminada em 1894 e outra de 11 jogos terminada em junho de 1980.
Até ao golo, Gordon tinha sido o jogador mais participativo em campo, com cinco cruzamentos para os companheiros, mais do que qualquer outro até então.
O golo raro de Kane
O cenário ficou ainda mais complicado para a Letónia a partir daí, já que, em jogos de qualificação para o Mundial, não vencem um jogo depois de estarem a perder desde o triunfo sobre Gibraltar, a 16 de novembro de 2021.
Os três cartões amarelos antes do intervalo também mostraram o seu nervosismo, agravado quando permitiram que Harry Kane fizesse o segundo golo já perto do intervalo.
O 75.º golo de Kane pela seleção foi também um caso raro, já que foi apenas o terceiro dos 75 que marcou de fora da área. Os outros dois foram frente à Nigéria, em junho de 2018, e à Polónia, em setembro de 2021.
O melhor marcador de sempre da Inglaterra ainda bisou, convertendo uma grande penalidade nos descontos da primeira parte, acabando com qualquer esperança de recuperação dos anfitriões.
Marcar mais do que um golo num jogo pela Inglaterra pela 13.ª vez é um novo recorde dos Três Leões para o avançado, superando as 12 vezes de Nat Lofthouse – mais um dado impressionante para juntar à coleção de Kane.
Estatísticas de passe sensacionais de Elliot Anderson
Elliot Anderson voltou a ser o motor do meio-campo da equipa de Tuchel, com um desempenho notável: 150 toques na bola, 130 passes realizados e 121 deles certos.
Uma eficácia de 93% com este volume de passes é quase inacreditável. Tal como nas exibições anteriores pela seleção, o jogador do Nottingham Forest destacou-se e, provavelmente, garantiu o lugar ao lado de Declan Rice no centro do meio-campo.
Além disso, fez 93 passes no meio-campo da Letónia, enquanto os anfitriões, como equipa, só conseguiram completar 49 passes no meio-campo inglês.
A pressão sobre os anfitriões manteve-se após o intervalo, com Maksims Tonisevs a marcar na própria baliza pouco antes da hora de jogo, aumentando o sofrimento letão.
Esse foi o sinal para Tuchel lançar três substituições de uma vez, incluindo a entrada de Jarrod Bowen, do West Ham.
Nos 30 minutos em campo, o avançado participou em seis duelos, mostrando o quanto se envolveu no jogo e como rapidamente se adaptou. Só Gordon (11), Djed Spence (oito) e Kane (sete) tiveram mais.
Eze fechou as contas
Já nos últimos cinco minutos, Bowen fez a sua primeira assistência nesta ronda de qualificação para o Mundial, servindo Eberechi Eze para dar ainda mais brilho à vitória dos visitantes. Curiosamente, o segundo golo de Eze pela seleção inglesa foi também frente à Letónia, tal como o primeiro, em março.
No apito final, o alívio era visível nos rostos dos jogadores letões, pois tinham sido verdadeiramente massacrados em praticamente todos os aspetos.
Para Tuchel e para a Inglaterra, seguem em frente com um registo de que se podem orgulhar.
E agora, Tuchel?
Oito jogos seguidos sem conceder golos em jogos de qualificação para o Mundial – 837 minutos no total – é a sua melhor marca desde 2010. Marcaram em 23 jogos consecutivos, também o melhor registo desde 2010.
O treinador alemão pode agora aproveitar os dois jogos que faltam para testar jogadores menos utilizados e ver quem ainda pode garantir um lugar nos 23 finais que viajarão para os Estados Unidos no próximo verão.
Em alternativa, pode tentar uma qualificação perfeita, tanto em vitórias como em jogos sem conceder golos.
Isso seria certamente um aviso para as outras seleções que se preparam para mais um grande festival de futebol.
