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Carlo Ancelotti: "A única equipa que eu poderia treinar depois do Brasil seria o Real Madrid"

Carlo Ancelotti, selecionador do Brasil
Carlo Ancelotti, selecionador do Brasil@rafaelribeirorio/CBF
O técnico italiano concedeu uma entrevista à "France Football", na qual analisou a atualidade do Brasil, o seu futuro e muito mais.

Carlo Ancelotti (66 anos) já tem o Brasil no Mundial, embora os seus primeiros jogos à frente da Canarinha tenham deixado algumas dúvidas. Apesar disso, o italiano diz estar muito confortável e mostra-se otimista para o Mundial de 2026.

"Para mim foi fácil adaptar-me. É um ritmo diferente. Instalei-me no Rio porque preciso de absorver a cultura do país. Ao chegar aqui, encontrei uma estrutura muito bem organizada. O ambiente de trabalho é excelente", contou numa conversa com o citado meio francês.

Como habitualmente, sem chegar na melhor forma, o Brasil será um dos favoritos na grande competição internacional, mas o treinador natural de Reggiolo diminui as expectativas.

"A obrigação é tentar, ninguém tem obrigação de ganhar. Quem no futebol tem obrigação de ganhar? No futebol podem acontecer tantas coisas que mudam o resultado... Treinei o Real Madrid por seis anos e não ganhei seis Champions, ganhei três", disse.

Nomes próprios

Como ex-treinador do Real Madrid, Carletto é frequentemente questionado sobre algumas de suas estrelas, especialmente as que depois precisam de ser convocadas para a canarinha, como Vinicius Júnior.

"Tenho uma relação fantástica com Vinicius, ele faz o que peço e nunca tive problemas com ele. Quando se treina uma seleção, não se tem esses problemas com tanta frequência. Se um jogador não está satisfeito com seu papel na equipa, chamo outro", explicou.

Depois, foi a vez de Neymar, que não foi chamado no último período internacional e pode estar diante de sua última oportunidade de ganhar o Mundial.

"Neymar é o jogador brasileiro mais talentoso, teve um problema físico e recuperou rápido, mas quero que ele esteja realmente bem para poder jogar. Ele participará no Mundial se estiver em boa forma física, porque do ponto de vista técnico não há discussão. Neymar deve ter como objetivo estar pronto em junho, não importa se não estiver na lista de outubro, novembro ou março", afirmou.

Por outro lado, prevê uma grande temporada para Mbappé, por quem se encantou durante o seu último ano no banco do Bernabéu.

"Foi muito fácil. Em um ano, Mbappé nunca me pediu nada, nem para bater penáltis, jogar, não jogar, cobrar faltas... Sempre teve um comportamento exemplar, com muita humildade. Teve uma temporada de altíssimo nível, marcou 44 gols, mas acredito que esta segunda temporada será melhor porque já se adaptou e os seus companheiros conhecem-no bem", analisou.

Outro trabalho depois do Brasil?

Perto dos 70 anos, Ancelotti parece não ter intenção de se reformar, mas vê difícil buscar outro destino depois do Brasil, salvo por uma exceção.

"A única equipa que eu poderia treinar depois do Brasil seria o Real Madrid. Não acho que isso vá acontecer. Tenho um ano de contrato aqui e depois tudo pode acontecer. Assinei por um ano porque acredito que era o correto", concluiu.