A derrota por 4-3 no prolongamento frente ao Al Hilal representa um dos pontos mais baixos da era Pep Guardiola e surge na sequência de um ano marcado por contratempos nas competições nacionais e europeias. O Campeonato do Mundo de Clubes era encarado como uma oportunidade para fazer reset e conquistar mais um troféu, mas acabou por intensificar o escrutínio sobre o plantel e o futuro do projeto.
Guardiola é frequentemente criticado por recorrer ao investimento para resolver problemas, mas a verdade é que o Manchester City já tinha feito grande parte das contratações antes da viagem para os Estados Unidos.
Tijjani Reijnders, Rayan Aït-Nouri e Rayan Cherki chegaram ao plantel com a ambição de conquistar um lugar no onze titular. A estratégia passava por integrá-los, ter um percurso sólido no torneio e, depois, preparar a próxima temporada, em 2025/26.
O Al Hilal deitou por terra esse plano e, embora não se possa excluir a possibilidade de uma nova contratação, essa não é, de momento, uma prioridade. Fontes próximas do clube indicam que a única posição onde está a ser considerada uma contratação é na lateral direita, com Tino Livramento a surgir como principal alvo.
Fora isso, o foco do Manchester City passa pelas saídas que se perspetivam nas próximas semanas.
Espera-se que o clube simplifique o plantel durante este verão. Guardiola não quer um balneário sobrelotado e vários jogadores estão seriamente a ser considerados para deixar o clube.
Entre os nomes que podem sair estão Jack Grealish, John Stones, Ilkay Gundogan, Kalvin Phillips, Kyle Walker e James McAtee.
Também se especula sobre o futuro de Ederson, que teve uma exibição dececionante na derrota frente ao Al Hilal. O guarda-redes brasileiro é apreciado por vários clubes da Arábia Saudita, mas o Manchester City já fez saber publicamente que pretende mantê-lo no plantel.
Jack Grealish é o nome mais falado e a sua saída parece praticamente certa. O interesse de clubes estrangeiros tem aumentado e o jogador já foi avisado de que precisa de jogar regularmente a alto nível se quiser voltar a ser chamado à seleção inglesa. Apesar disso, Grealish está inclinado a permanecer na Premier League, caso surja a proposta certa.
Neste momento, um empréstimo é considerado mais viável do que uma venda definitiva, tendo em conta a complexidade financeira envolvida em qualquer negociação. Grealish custou cerca de 118 milhões de euros ao City e aufere um salário de aproximadamente 413 mil euros por semana. Newcastle, Everton e Tottenham manifestaram interesse, enquanto Nápoles e AC Milan fizeram sondagens a partir da Serie A.
Na defesa, John Stones está a despertar o interesse do seu antigo clube, o Everton, e o Brighton também acompanha de perto a sua situação. Espera-se que, em breve, existam conversações com o jogador para perceber qual a sua vontade em relação ao futuro.
Ilkay Gundogan, que regressou ao City no verão passado, também tem sido alvo de abordagens. Embora se esperasse que desempenhasse um papel secundário e de impacto limitado, acabou por ser utilizado com frequência devido às lesões que afetaram o plantel. O City vê com bons olhos a possibilidade de lhe oferecer um cargo fora dos relvados quando decidir terminar a carreira, mas, por agora, existem propostas a surgir da Arábia Saudita, do Catar e da Turquia.
Quanto a Kalvin Phillips, o médio caiu no esquecimento e deverá mesmo abandonar o clube. Apesar de ter sido submetido recentemente a uma cirurgia, o objetivo mantém-se: garantir uma transferência antes do fecho do mercado.
Por fim, James McAtee também deverá sair. O jovem talentoso tem sido seguido por cinco clubes da Bundesliga, com o Bayer Leverkusen a manter um interesse antigo, que agrada ao jogador. Em Inglaterra, há igualmente vários clubes atentos à sua situação.
O papel de Phil Foden continua delicado, mas o jogador é demasiado emblemático para ser colocado no mercado de transferências. Após uma temporada difícil, subsistem dúvidas quanto à confiança de Guardiola nele, mas Foden está determinado a recuperar um papel de destaque no onze titular na próxima época.
Em sentido contrário, o veterano lateral Kyle Walker vai abandonar o clube, estando o Everton em conversações para garantir a sua contratação. Já Kevin De Bruyne já assinou contrato com o Nápoles.
Está a ser um verão de grandes mudanças em Manchester, com o City a atravessar uma fase de transição para uma nova era. O grande desafio agora é garantir que a equipa esteja preparada para o arranque da Premier League, em agosto.