Mundial de Clubes: Fábio e Bono em duelo de guarda-redes no Fluminense - Al Hilal

Fábio tem estado em destaque no Fluminense no Mundial de Clubes
Fábio tem estado em destaque no Fluminense no Mundial de ClubesMARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE F.C.

O eterno Fábio na baliza do Fluminense. O milagroso Bono na outra. A partida dos quartos de final entre Fluminense e Al Hilal, da Arábia Saudita, colocará dois dos melhores guarda-redes do Mundial de Clubes frente a frente esta sexta-feira, às 20:00.

O guarda-redes do Fluminense, que com quase 45 anos é o jogador mais velho do torneio, foi decisivo na vitória por 2-0 sobre o Inter de Milão nos oitavos de final. A sua defesa no lance em que ficou cara a cara com o argentino Lautaro Martínez, um dos avançados mais letais da atualidade, tornou-se uma imagem emblemática do sucesso do clube no Mundial de Clubes.

"Incomparável, Fábio! Inexplicável!", comemorou o clube na rede social X. Fábio não sofreu golos em três das quatro partidas do Fluminense no torneio e liderou a estatística ao lado do italiano Gianluigi Donnarumma, do Paris Saint-Germain, e de Weverton, do Palmeiras.

No entanto, o guarda-redes tem sido bem protegido por uma defesa liderada por outro jogador com longa trajetória em campo: Thiago Silva. Em campo como profissional desde 1997, Fábio resiste à inevitável passagem do tempo.

"Muitos já colocaram um fim na minha carreira várias vezes. A última vez foi em 2022, quando eu saí do Cruzeiro. Muitos achavam que eu era uma página virada. Eu tinha a certeza de que a minha carreira não ia acabar", disse durante o Mundial de Clubes, em entrevista ao ge.

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Fábio tinha razão, já que participou em momentos marcantes do Fluminense, com a primeira Taça Libertadores do clube (2023), a Recopa Sul-Americana (2024) e, agora, o renovado Mundial de Clubes.

"Estamos a vivenciar ao longo desses quatro anos um momento super importante na história do clube e na minha história", comemorou o guarda-redes há alguns dias.

A fazer história

Com 1.378 jogos disputados, o jogador nascido em Nobres, no Mato Grosso, é o segundo jogador com mais jogos na elite do futebol. O único jogador à sua frente é o inglês Peter Shilton, que disputou 1.407 partidas na carreira (1966-1997), segundo a RSSSF (Fundação de História e Estatística do Futebol), embora o próprio ex-guarda-redes britânico afirme ter disputado 1.387 partidas nas redes sociais.

São essas coisas que fazem com que não desista.

"Tem que querer muito, amar muito e ter prazer de acordar para vir ao centro de treinos vestir a camisola do clube. E ter prazer para fazer de novo, de novo e de novo", contou Fábio há alguns anos, em conversa com a revista Placar.

A única dívida que o guarda-redes tem consigo mesmo é nunca ter chegado a defender a seleção brasileira principal, embora tenha feito parte do plantel que conquistou a Copa América de 2004, no Peru, e, na formação, conquistou o Mundial Sub-17 de 1997 e disputou o Mundial Sub-20 de 1999, na Nigéria.

Bono, operador de milagres

O sucesso do Al Hilal no Mundial de Clubes tem tido como protagonista o marroquino Yassine Bounou, mais conhecido como Bono. O guarda-redes fez 24 defesas no total, superado apenas por Michele Di Gregorio, da Juventus, com 27. Essa contagem inclui a defesa de um penálti, cobrado por Federico Valverde (Real Madrid).

Embora tenha sofrido três golos, os milagres da muralha de Marrocos, de 34 anos, mantiveram a equipa firme contra o temido Manchester City até à surpreendente vitória por 4-3 no prolongamento, nos oitavos de final. Bono defendeu 11 remates, com algumas defesas providenciais em tentativas de Savinho, Erling Haaland e Ilkay Gündogan.

"Fizemos uma partida com muita garra", comemorou o guarda-redes após a partida. E recebeu uma chuva de elogios.

"Ele fez defesas incríveis. Não há mais nada a dizer. Marcamos três golos, mas poderíamos ter marcado cinco ou seis", disse o técnico do City, Pep Guardiola.

Adepto do River Plate, paixão que começou quando o pai lhe deu uma camisola da seleção argentina com o número 10 de Ariel "Burrito" Ortega, Bono já havia deixado todos boquiabertos com a sua atuação por Marrocos no Mundial de 2022, no Catar, onde o país africano terminou em quarto lugar.