Nenhuma estrutura, nenhum cartaz, nenhuma equipa a trabalhar nos preparativos. O único movimento era o do staff observando as entradas e saídas para o concerto de The Weeknd, que, ao contrário do futebol, esgotou.
Os bilhetes para o Palmeiras - FC Porto, por exemplo, a primeira partida da Mundial de Clubes no MetLife, marcada para 15 de junho, às 23:00, começaram na faixa de 350 dólares (307 euros). Hoje, já é possível encontrá-las com valores inferiores a 60 dólares (52 euros). Existe ainda um agravante para esta partida porque o Dia do Pai nos Estados Unidos será celebrado exatamente nesta data.
A baixa procura para o jogo de abertura, entre Inter Miami e Al-Ahly, do Egito, derrubou o valor dos ingressos em quase 50%. Os rumores apontavam que nem sequer 20 mil bilhetes haviam sido comercializados para o duelo no Hard Rock Stadium, em Miami, no dia 14 de junho.
Nem mesmo a final parece estar a atrair os adeptos. Segundo o Daily Mirror, inicialmente, os bilhetes para o jogo que definirá o primeiro campeão mundial no novo formato custavam a partir de 890 dólares (781 euros). Agora, o mesmo bilhete está à venda por 300 dólares (267 euros).
Devido à redução no preço, a FIFA encaminhou recentemente aos adeptos um e-mail em que dá instruções de reembolso a quem adquiriu os bilhetes com valores elevados. Uma tentativa de compensar quem claramente teve um prejuízo com a brutal variação.
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Um aperitivo, ou não, para o Mundial-2026
Ouvidos pelo Flashscore, os funcionários do MetLife afirmaram ter conhecimento do Mundial de Clubes. Reuniões internas estão a acontecer sobre o trabalho que será realizado durante o torneio.
Porém, a principal movimentação, de acordo com eles, vai mesmo ser no próximo ano, quando o país receber o Mundial-2026. A expectativa, de acordo com o staff, é que o estádio seja fechado por alguns meses a partir de janeiro para atender a todos os requisitos da FIFA, em especial o relvado.
Apesar de o Mundial de Clubes gerar expectativa para o Mundial-2026, o "evento-teste" deste ano é muito diferente. Para os comerciantes locais, por exemplo, o foco não está neste verão, mas sim no próximo, e o planeamento já começou em muitas comunidades para garantir que as mesmas vão colher os benefícios de um evento desta magnitude.
Já nos arredores do estádio, a promessa para o próximo ano é de áreas especiais para que os adeptos desfrutem de toda a hospitalidade, com múltiplas ativações que permitirão um matchday memorável.
"A nossa estrutura será de um Super Bowl por jogo", garante um dos funcionários do MetLife.
E os estádios da MLS?
Com a procura aquém do esperado, muitos questionam o motivo de a FIFA não ter investido em estádios mais adequados à competição, ou seja, a realização de partidas em estádios da MLS. Mas a liga norte-americana não vai parar durante o Mundial de Clubes e, no mesmo período, os Estados Unidos ainda serão sede da Gold Cup. Grande parte dos confrontos entre seleções ocorrerão na Costa Oeste, além de uma sede em Vancouver, no Canadá.
Ensaio geral
O Mundial de Clubes traz grandes desafios para a FIFA. O primeiro deles será medir o apetite dos Estados Unidos em relação ao soccer em vésperas da maior competição do planeta.
Depois, obviamente, ser um ensaio geral para 2026, inclusive com os campos já com as medidas corretas e com relva natural, algo que não foi visto durante a Copa América do ano passado.
E, por último, compreender qual será o futuro desta competição de clubes, criticada num contexto de calendário extremamente apertado e que está a prejudicar os atletas, especialmente com o aumento de lesões de maior gravidade.