Única pentacampeã mundial, a seleção brasileira comemorou, no Maracanã, a vitória por 3-0 sobre o Chile, último e já eliminado, na penúltima ronda da qualificação sul-americana.
Tudo deu certo para Ancelotti, que, com a tranquilidade de ter a passage, garantida, testou novidades.
O italiano continuará a fazer experiências na terça-feira, na visita do Brasil à Bolívia na última ronda, com o desafio extra que representam os 4.150 metros acima do nível do mar de El Alto.
Por enquanto, declara-se “satisfeito”. E isso não é pouca coisa diante do desafio que assumiu: o de uma equipa que, rumo ao Mundial, sofreu um revés histórico e mostrou uma irregularidade preocupante.
Primeira certeza: amplo cardápio
Seis jogadores que atuaram no Rio apareceram pela primeira vez na lista de Ancelotti, que iniciou o seu ciclo em junho: Gabriel Magalhães, Douglas Santos e João Pedro como titulares e Luiz Henrique, Lucas Paquetá e Kaio Jorge como suplentes.
Paquetá, com o golo do 2-0, e Luiz Henrique, com uma assistência e um remate à trave que resultou no golo de Bruno Guimarães para o 3-0, foram decisivos.

“Muito feliz por voltar a vestir esta camisola e poder ajudar, como sempre fiz”, comemorou na zona mista o jogador do West Ham, que reapareceu com a seleção após ter sido absolvido num escândalo de apostas.
Luiz Henrique foi fundamental para completar a goleada, após o 1-0 marcado por Estêvão. “Não tem preço ouvir 57 mil adeptos no Maracanã a gritar o meu nome”, disse o extremo do Zenit.
Com Neymar ainda ausente e Vinícius Júnior dispensado da convocatória por Ancelotti para descansar, os substitutos provaram que podem dar alegrias..

Segunda certeza: Estêvão
Aos 18 anos, Estêvão é uma das grandes promessas da inesgotável formação do Brasil. Está a afirmar-se na sua chegada a Inglaterra com o Chelsea - vindo do Palmeiras - e na quinta-feira marcou o seu primeiro golo com a seleção na sua sexta partida internacional.
“Ele entrou muito bem na Premier League, que não é uma liga fácil, e na partida de hoje ele saiu-se muito bem”, elogiou Ancelotti, destacando o seu potencial de crescimento para “ajudar mais a equipa”.

Nas fileiras dos Blues, o jovem extremo coincide com seus companheiros de seleção João Pedro e Andrey.
“Estamos a ajudar na sua adaptação”, destacou João Pedro, lembrando as dificuldades que ele mesmo teve nos seus primeiros passos no futebol inglês com o Watford e depois com o Brighton.

Terceira certeza: segurança
Muitos dos problemas que custaram o cargo ao antecessor de Ancelotti, Dorival Júnior, passaram pela fragilidade defensiva do Brasil. Com Carletto, a seleção deu uma reviravolta.
Alisson não sofreu golos nos três jogos comandados pelo italiano e o regresso de Casemiro, com um bom desempenho confirmado na quinta-feira, foi uma jogada que deu o equilíbrio que faltava ao Brasil.

A dúvida: Neymar
“Vamos, Brasil!”, postou Neymar no Instagram com uma foto da televisão com uma imagem do Maracanã. Quando a máquina funciona, a pergunta é inevitável: o craque de 33 anos é uma peça que encaixa na engrenagem?
Ausente principalmente por lesões desde outubro de 2023 na seleção brasileira, a possibilidade do seu regresso havia sido cogitada, mas Ancelotti adiou.
“Ninguém pode questionar Neymar no aspeto técnico, o que estamos a avaliar todos os dias, em cada jogo, é a sua condição física”, explicou o técnico na quarta-feira.
Neymar é o melhor marcador da história da seleção, com 79 golos em 128 partidas pelo Brasil.