Etcheverry, ex-Albacete, impulsiona os EUA no Mundial: "Os quartos de final são o mínimo"

Marco Etcheverry contra Javier Zanetti
Marco Etcheverry contra Javier ZanettiFABIAN GREDILLAS / AFP

O antigo internacional boliviano jogou também em Espanha no passado. Atualmente vive nos Estados Unidos, onde treina as camadas jovens do DC United de Washington.

O futebol sul-americano produziu, ao longo de décadas, figuras memoráveis, ícones e personalidades históricas que marcaram uma era e fizeram os adeptos "delirar" pela sua garra, feitos e qualidades indiscutíveis.

Deixando de lado os "Deuses" do futebol, como Pelé, Maradona, Ronaldo e outros, existe uma vasta gama de jogadores que, ao longo dos anos, se tornaram referências nos seus países e em todo o continente americano, simbolizando um futebol de força, talento e alegria.

Entre eles está Marco El Diablo Etcheverry, uma das lendas do futebol sul-americano e figura histórica da MLS com o D.C. United. Em 1994, levou a Bolívia ao Mundial, conseguindo uma das suas três presenças na competição. No seu percurso conta também com uma passagem pela Europa, ao serviço do Albacete.

“Joguei em Espanha, em 1991. Era demasiado jovem. Quando estava lá, achava que era o melhor jogador do mundo. Esse era o meu problema. Não trabalhava como um verdadeiro profissional: só pensava ‘sou bom’, mas é preciso provar isso em campo e nos treinos. Dizia a mim próprio: ‘Tens de mudar de mentalidade. Chegaste lá cedo porque tens talento. Agora precisas de experiência, disciplina, atitude e aquilo a que em espanhol chamamos compañerismo'. Tive essa experiência, mas não, não era o melhor. Eles mostraram-me e ensinaram-me o que era preciso para ser um bom jogador".

- Se hoje pudesse jogar na Europa, conseguiria destacar-se?

- Claro. Naquela altura, era o segundo melhor jogador da América do Sul, por isso dava tudo o que tinha. Quando me lesionei no Chile, estava prestes a ir para o Real Madrid. Já tinha estado com a equipa, estava no hotel. O treinador é meu amigo: levou-me para Espanha, por isso tinha uma grande oportunidade de jogar no Real Madrid. Esse foi o meu melhor período, entre 1993 e 1994. Portanto, sim, se jogasse agora, estaria lá.

- Agora acompanha de perto o desenvolvimento da seleção dos Estados Unidos. Que fase é esta para a equipa nacional dos EUA?

- Quando Bruce Arena era treinador, essa seleção jogava realmente bem. Acho que foi uma das melhores, em 1998, penso eu. Para mim, agora têm um treinador que trabalhou muitos anos na Europa, traz toda essa experiência e acredito que está a transmiti-la aos jogadores, que estão a evoluir. Têm jogadores muito fortes atualmente na seleção. Penso que vão ser muito competitivos e difíceis de enfrentar.

- Até onde podem chegar?

- Temos de chegar pelo menos aos quartos de final. É o mínimo, temos equipa para isso. Por isso, força EUA.

- No Mundial, também a Bolívia pode marcar presença, mas terá de disputar os play-offs. Vai conseguir?

- Estamos a trabalhar. Estamos a lutar. Ainda temos dois jogos. Esperamos ter a oportunidade de ir ao Mundial. Em 1994 estava aqui para jogar pela seleção, agora estarei aqui para receber os meus companheiros.

- Um duelo EUA-Bolívia, como o vê?

- Oh, seria incrível. Espero primeiro que consigamos vencer o Suriname. Temos dois jogos. Não é fácil, mas será complicado para essas seis seleções.