A seleção da Guiné Equatorial "decidiu não viajar" para o Malaui na quarta-feira para disputar este jogo, de acordo com uma carta do secretário-geral da Feguifut consultada pela AFP.
Juan Antonio Nguema Meñe Abeso, secretário-geral da Feguifut, referiu numa carta que "problemas com o voo charter" que deveria transportar a seleção provocaram o contratempo.
Embora, segundo precisou, "os inconvenientes foram resolvidos às 18:00 horas locais", os jogadores acabaram por recusar viajar.
Num comunicado publicado na noite de quarta-feira na conta de Instagram do Nzalang (O Raio), os jogadores advertiram que "viajar nestas condições a poucas horas do jogo coloca em grave risco a nossa saúde física".
A seleção da Guiné Equatorial criticou a "má organização da Feguifut" e a "falta de informação clara" sobre a sua saída, apenas 24 horas antes do início do jogo.
Na noite de quinta-feira, os jogadores permaneciam no hotel, segundo informou um jornalista da AFP no local.
A FIFA confirmou no seu site que o jogo foi "cancelado", sem detalhar o impacto na classificação do Grupo H. A Guiné Equatorial ocupa o quinto lugar com 10 pontos, enquanto o Malaui é quarto com a mesma pontuação.
Selecionador guineense suspenso
Uma das consequências deste cancelamento foi a suspensão temporária que a Federação da Guiné Equatorial decidiu aplicar ao seu selecionador, Juan Michá, como foi explicado no seguinte comunicado.
O comunicado:
"Após a recusa dos capitães da Seleção Nacional da Guiné Equatorial em viajar para o Malaui, sujeitando a seleção à perda de três pontos e a uma multa milionária ao Estado da Guiné Equatorial, a Direção Executiva da FEGUIFUT reuniu-se de urgência esta quinta-feira para tomar todas as decisões necessárias, as quais foram horas depois apresentadas ao Ministério dos Desportos".
Desta forma, o selecionador nacional da Guiné Equatorial, Juan Micha, foi suspenso das suas funções até nova ordem. O documento da sua suspensão foi lido pelo ministro delegado dos Desportos, Andrés Ikuga Fernández, no hotel Sofitel de Sipopo.
Assim, para o próximo duelo frente à Libéria, a contar para as eliminatórias do Mundial-2026, o selecionador adjunto Casto Nopo Abeso assumirá a responsabilidade de dirigir o Nzalang Nacional no estádio de Malabo.
Além disso, o Ministério dos Desportos deu a oportunidade aos jogadores convocados para estas datas FIFA que considerem poder continuar a defender o país de inscreverem os seus nomes numa lista. Caso contrário, quem não o fizer será entendido que não quer continuar e não voltará mais à seleção.
Desta forma, jogadores como Santiago Eneme, Luismi Nlavo, José Nabil, Gael Joel Akogo, Luis Enrique Nsue, Marcelo Asumu, Pedro José Obiang, Manuel Santa e Charlis Adewin Ondo inscreveram os seus nomes, pelo que continuarão a defender a camisola da seleção.
Com este grupo, Casto Nopo fará outra convocatória para formar uma seleção a contra-relógio que possa jogar contra a Libéria na próxima segunda-feira, 13 de outubro".