Recorde as incidências da partida
Inglaterra tinha vencido todos os sete jogos do Grupo K sem conceder qualquer golo, enquanto os sete duelos diretos anteriores contra a Albânia também tinham terminado com triunfo dos Três Leões.
Sequência épica de vitórias
Na verdade, a série vitoriosa estendia-se a nove partidas oficiais para a equipa de Thomas Tuchel, sendo que apenas a Espanha conseguiu vencer mais jogos consecutivos entre as seleções europeias, entre outubro de 2014 e junho de 2016.
De forma impressionante, Inglaterra só enfrentou nove remates enquadrados em toda a campanha de qualicação, sendo que cinco desses foram contra a Grécia há um ano, neste mês.
Sob o comando de Tuchel, nenhuma equipa conseguiu mais do que um remate enquadrado, e por isso, Jordan Pickford realizou apenas algumas defesas em toda a campanha, mantendo um registo perfeito de 100% nas intervenções.
Assim, esperava-se que esta tendência se mantivesse frente aos albaneses, embora o lugar de Pickford tenha sido ocupado por Dean Henderson – a primeira vez que um guarda-redes diferente de Pickford foi titular num jogo de qualificação de um grande torneio por Inglaterra desde Aaron Ramsdale frente a São Marino, em novembro de 2021.
Forma caseira brilhante da Albânia
A Albânia não concedia golos em jogos de qualificação em casa há oito partidas, desde a derrota por 1-0 frente à Polónia em outubro de 2021, pelo que uma exibição defensiva dos anfitriões poderia ter resultado num possível empate.
O início do encontro foi animado para ambas as equipas, com Inglaterra a assumir as despesas do jogo nos primeiros minutos, e os 73% de posse de bola nos primeiros 10 minutos ilustravam bem esse domínio.
Mérito para a Albânia, que se manteve firme perante os Três Leões, colocando frequentemente 10 jogadores atrás da linha da bola.
Com meia hora jogada e sem golos, talvez o dado mais surpreendente fosse que apenas Declan Rice tinha conseguido rematar à baliza, e os seus três toques na área adversária eram o melhor registo entre todos os jogadores; Jude Bellingham foi o único outro inglês a tocar na área albanesa.
Oportunidades escassas
À exceção dos 62,5% de passes completos de Harry Kane, todos os seus colegas acertavam o alvo em pelo menos 80% das tentativas, mas as oportunidades continuavam a ser raras.
Isso deveu-se muito à ação de Nedim Bajrami, Qazim Laci, Arber Hoxha, Ylber Ramadani, Ardian Ismajli, Elseid Hysaj e Naser Aliji, todos envolvidos em pelo menos quatro duelos individuais cada.
Uma defesa brilhante de Thomas Strakosha impediu que o remate rasteiro de Jarrod Bowen desse vantagem aos visitantes, enquanto do outro lado, Laci e Hoxa não conseguiram finalizar cruzamentos perigosos, numa exibição esforçada dos anfitriões que continuava a criar dificuldades aos ingleses.
Tuchel não terá ficado satisfeito com a prestação de Eberechi Eze na primeira parte, já que o jogador do Crystal Palace não teve qualquer influência ofensiva, e apesar do domínio inglês, a Albânia continuava perigosa em transições rápidas.
Frustração inglesa
Na essência, parecia faltar intensidade à seleção já apurada para o Mundial, com jogadores que apenas tinham o orgulho pessoal e a possibilidade de prolongar a série de vitórias como motivação.
A frustração aumentou com o cartão amarelo mostrado a Adam Wharton perto do intervalo, sendo a primeira vez que um médio inglês foi admoestado com amarelo na sua estreia como titular desde Fabian Delph, em setembro de 2014.
Os três desarmes de Jude Bellingham antes do intervalo foram o melhor registo em campo, mostrando que o jogador do Real Madrid estava disposto a arregaçar as mangas e trabalhar.
As dificuldades sentidas por ele e pelos colegas nesses primeiros 45 minutos evidenciaram ainda mais o quão exigente se tornou o desafio.
Henderson salva a honra inglesa
Logo no início da segunda parte, um excelente remate de longe de Hoxha obrigou Henderson a uma defesa de recurso.
Um minuto depois, um contra-ataque rapidíssimo dos anfitriões permitiu a Hoxha novo remate enquadrado, com Henderson novamente a intervir para manter o empate.
De forma incrível, o guarda-redes inglês fez tantas defesas nos primeiros 51 minutos como Pickford em todos os sete jogos anteriores de qualificação para o Mundial.
Ficava claro que a Albânia mostrava maior ambição ofensiva, e a sua energia igualava a dos Três Leões.
Kane ao resgate
Para ilustrar ainda melhor a forma como os anfitriões controlavam o jogo, ao minuto 60, o capitão e referência inglesa, Harry Kane, ainda não tinha tocado na área albanesa.
Bukayo Saka, lançado aos 62 minutos para o lugar de Eze, teve uma oportunidade de golo dois minutos depois de entrar, mas Strakosha, com a quinta defesa da noite, negou o golo ao jogador do Arsenal.
O guarda-redes já nada pôde fazer quando o canto de Saka foi desviado para Kane, e o avançado do Bayern Munique inaugurou o marcador com o seu primeiro toque na área adversária.
Este golo foi o sexto de Kane frente a este adversário, o melhor registo que conseguiu contra uma seleção ao serviço de Inglaterra.
O segundo toque de Kane também resultou em golo, desta vez de cabeça, após um cruzamento perfeito do suplente Marcus Rashford.
Este golo acabou com as aspirações dos anfitriões de voltar ao jogo, levando-os a adotar uma postura mais defensiva nos minutos finais.
O triunfo por 2-0 garantiu uma campanha imaculada para Thomas Tuchel e a sua equipa, com 24 pontos conquistados em 24 possíveis, 22 golos marcados e nenhum concedido.
