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Hirving Lozano regressa à seleção mexicana, deixando para trás a polémica com Javier Aguirre

Hirving Lozano está de regresso à seleção mexicana
Hirving Lozano está de regresso à seleção mexicanaORLANDO RAMIREZ / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Depois de um ano afastado da órbita de "El Tri" e no meio de rumores de problemas extra-campo, inclusive com Javier Aguirre, Hirving "Chucky" Lozano regressou a uma convocatória com o México, a meses do Mundial-2026. Um desejo que o jogador e o treinador ansiavam concretizar.

A grande surpresa da nova convocatória da seleção mexicana é, sem a menor dúvida, Hirving "Chucky" Lozano, que regressa à equipa nacional após pouco mais de um ano desde a sua última participação com "El Tri" e a 10 meses do Mundial-2026, que será disputada parcialmente em casa.

A equipa de Javier Aguirre prepara-se para enfrentar, em setembro, em jogos particulares, o Japão, em Oakland, e a Coreia do Sul, em Nashville. Uma oportunidade com sabor de vingança para Lozano, que, na mente dos adeptos mexicanos, ficou congelado no tempo após aquele golo frente à Alemanha no Rússia-2018, que acabaria por ser o único do jogo e provocou um terramoto emocional em todo o país.

E embora as virtudes de Lozano como futebolista não faltem no futebol mexicano, e ele possa ser uma nova arma de desequilíbrio que "El Vasco" vem procurando para melhorar o desempenho ofensivo de "El Tri", o canterano do Pachuca está longe de ser o jogador de elite que foi durante muito tempo.

Um ano de muitas mudanças

A última vez que Lozano vestiu a camisola do México foi em março de 2024, quando a equipa nacional disputou a fase final da Liga das Nações: uma meia-final contra o Panamá e uma final habitual frente aos Estados Unidos. Desde então, o ágil extremo tomou decisões importantes que recodificaram a sua carreira e a sua vida.

Três meses depois dessa última convocatória, Lozano deixou-se convencer pelos dólares da MLS e pelo projeto da sua nova franquia em San Diego, Califórnia. Uma decisão que lhe trouxe severas críticas do ponto de vista desportivo, por abdicar da sua etapa europeia e encaminhar-se para uma aposentadoria com apenas 30 anos.

No entanto, "El Chucky" quer dissipar todas essas críticas que o colocam mais perto da retirada do que de um nível competitivo com o qual o México possa entusiasmar-se para o Mundial do próximo ano. Lozano está convencido de que pode ser útil a Aguirre e terá poucas oportunidades para demonstrar isso.

Um novo contexto

Paralelamente às mudanças na sua carreira, Lozano encontrará na seleção mexicana um panorama diferente, no qual terá que se comprometer a ser um oráculo para uma nova geração que vem ganhando força na sua ausência. Com dois Mundiais disputados, "El Chucky" terá de assumir um papel de liderança que não se sabe, ao certo, se conseguirá assumir devido à sua personalidade pouco habituada a levantar a voz nos grupos que integrou.

No entanto, o campeão com o fervoroso Nápoles, de Itália, tem claro que o Vasco não espera dele apenas o que pode fazer com os pés, mas terá de liderar pelo exemplo da sua experiência e num balneário que se foi formando ao longo dos meses a partir das cinzas deixadas pela dolorosa eliminação do Catar-2022, até uma equipa que começa a assemelhar-se, pouco a pouco, ao pundonor e à coragem de Aguirre sob a simples premissa de que se pode perder no jogo, mas não na atitude mostrada dentro do campo.

A convocatória de Lozano também significou um encerramento, ao menos assim parece, de uma série de polémicas sobre um suposto mau comportamento do jogador, que teria deixado Aguirre descontente. Diversos relatos indicam que Vasco não recebeu bem uma recusa de "El Chucky" a uma chamada para a seleção mexicana durante os seus primeiros meses no comando e que isso teria provocado a sua longa ausência.

Isso foi, provavelmente, o mais complicado que Lozano fez nos últimos meses: reverter a situação com o treinador mexicano. Porque Aguirre tem claro que o que pode fazer taticamente com os jogadores que acabar por escolher para o Mundial é um espectro limitado às habilidades dos futebolistas. É no mental que o selecionador nacional vê uma margem a partir da qual pretende construir uma aptidão diferente e favorável para a equipa. Se Lozano conseguirá ou não encaixar-se nessa dinâmica, será uma questão de tempo.