Recorde as incidências da partida

Com mais de 4 mil metros de altitude e sem recorrer ao seu onze titular completo, o Brasil teve uma exibição apagada no primeiro tempo e viu a Bolívia pressionar em busca de um lugar na repescagem. Mais habituados ao ar rarefeito, os bolivianos apostaram em remates de longa distância e finalizaram 13 vezes só na primeira parte.
A insistência da Bolívia foi recompensada perto do intervalo, quando o árbitro, após consultar o VAR, assinalou penálti de Bruno Guimarães sobre o lateral Roberto Fernández. Em grande destaque na partida, Miguelito bateu com firmeza e abriu o marcador.

Drama boliviano e frustração brasileira
Em desvantagem e sem reação nos primeiros minutos da segunda parte, Carlo Ancelotti promoveu quatro alterações: João Pedro, Estêvão, Raphinha e Marquinhos entraram para dar novo fôlego à Seleção, mas o esforço não foi suficiente para chegar ao empate.
Com o passar do tempo e a proximidade do apito final, a Bolívia passou a “partir” o jogo ao máximo. Bolas murchas, gandulas a atrasar a reposição, interrupções constantes e muita gestão do cronómetro marcaram os minutos finais em El Alto. Apesar da fraca exibição do Brasil, o sofrimento boliviano só terminou com o apito final.
Com a derrota, o Brasil encerrou a sua participação nas Eliminatórias com a pior campanha desde que o formato atual foi adotado, para o Mundial de 1998. A Seleção somou apenas 28 pontos, menos 17 do que na última edição, e venceu apenas oito dos 18 jogos. Com a antiga distribuição de vagas, ficaria na 5.ª posição e teria de disputar a repescagem.
Já do lado da Bolívia, para além da vitória histórica sobre o Brasil, veio também a classificação para a repescagem do Mundial de 2026. La Verde disputará, no próximo ano, um mini-torneio com outras cinco seleções, valendo as últimas duas vagas na fase final. Caso se qualifique, quebrará um jejum de 32 anos sem participar num Mundial.