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O N.º10 do Manchester City destacou-se ao entrar muito bem frente à Espanha na meia-final, com Cherki a marcar um golo e a assistir para outro em pouco mais de dez minutos. Três dias depois, voltou a estar em bom plano contra a Alemanha, embora sem conseguir ser decisivo. Foram duas primeiras internacionalizações muito promissoras para um jogador que ainda não tinha experimentado a Premier League. Desde então, não teve oportunidade suficiente para se destacar e regressar à seleção francesa.
Lesionado na coxa no final do verão, o médio criativo de 22 anos não pôde estar disponível para o início da qualificação para o Mundial. Quando regressou, no início de outubro, ainda não estava em condições para ser convocado.
No entanto, tudo mudou em poucas semanas. Com duas assistências para Erling Haaland frente ao Bournemouth no campeonato há dez dias, Cherki realizou uma exibição de grande nível. Tem vindo a conquistar minutos e parece prestes a afirmar-se no coletivo de Pep Guardiola. Um argumento forte para justificar o regresso aos Bleus. Além disso, também foi decisivo na Taça da Liga e na Liga dos Campeões.
De facto, frente ao Borussia Dortmund, o ex-jogador do Lyon entrou em campo ao minuto 79 e marcou o primeiro golo da carreira no palco mais prestigiado da Europa, já em tempo de compensação (4-1). Não conseguiu dar seguimento a essa exibição, pois no último domingo, Cherki teve pouca influência na vitória da sua equipa frente ao Liverpool (3-0). Entretanto, pôde celebrar a convocatória para a seleção francesa. O próximo desafio é já esta quinta-feira contra a Ucrânia no Parc des Princes.
Um perfil valioso
Com Eduardo Camavinga, Manu Koné, N'Golo Kanté e Warren Zaïre-Emery, a dinâmica do meio-campo revela falta de criatividade com bola. Isso tornou-se evidente desde a retirada de Antoine Griezmann em setembro de 2024.
Didier Deschamps já não dispõe daquele jogador capaz de orientar o jogo, tanto em condução como no passe. No entanto, parece que foi apenas um vazio geracional e jogadores como Désiré Doué ou Rayan Cherki podem assumir esse papel.
Com o Paris Saint-Germain, Doué impressionou em 2025, mas está atualmente indisponível. É a oportunidade para Cherki se destacar. No grupo de Guardiola, enfrenta uma concorrência forte, já que colegas como Phil Foden e Bernardo Silva têm grande influência com bola. Na seleção francesa, poderá beneficiar de maior liberdade de movimentos.
Não é segredo para ninguém que o natural de Lyon se destacou desde cedo como elemento criativo nos coletivos em que jogou. Exímio no drible, mas também capaz de criar desequilíbrios pelo passe, Cherki apresenta o perfil de médio criativo que escasseia nos Bleus.
Resta saber se já tem capacidade para assumir essa responsabilidade. Embora ainda não tenha conseguido impor-se nos Citizens, o seu talento é reconhecido. Além disso, com as ausências por lesão de Doué e Dembélé, Rayan Cherki tem uma oportunidade de ouro para subir na hierarquia de Deschamps. Ainda para mais, esta concentração de novembro é a penúltima antes da convocatória para o Mundial. Nos últimos anos, o selecionador dos Bleus já mostrou que as surpresas de última hora são raras…
