Em tempos sem redes sociais, em que empresas e meios de comunicação conseguiam controlar a narrativa, a seleção mexicana de futebol estreou-se no Mundial de França 98 frente à Coreia do Sul com um design que captou a atenção do mundo graças ao calendário asteca estampado no peito da sua camisola verde.
Aquela proeza da extinta Abba Sports tornou-se uma relíquia que, quase 30 anos depois, os colecionadores ainda procuram encontrar. Desde então, as marcas que vestiram o México têm apostado em designs característicos e populares que representam o país, numa tentativa de criar identidade.
O sol como esperança de um renascimento
Para o Mundial-2026, a empresa alemã Adidas entregou-se à nostalgia que o adepto mexicano sente na pele. Mergulhado na saudade de outros tempos, o país espera que, de alguma forma que não encontra dentro das quatro linhas, o Tri possa finalmente proporcionar uma alegria coletiva que há muito não consegue oferecer.
Nesse contexto, a Adidas inspirou-se no trabalho da Abba Sports e criou um design semelhante à Pedra do Sol, um enorme monólito de 24 toneladas esculpido em pedra vulcânica em forma de roda, com a figura de Tonatiuh, deus do sol na mitologia mexica, ao centro. Um elemento que sempre simbolizou um recomeço.
Um segredo mal guardado
O anúncio oficial desta quarta-feira foi apenas motivo de chacota no país, já que em locais populares e coloridos, conhecidos pela facilidade com que se encontra contrafação, o novo design já estava à venda há semanas.
O mesmo aconteceu em várias plataformas de compra e venda de camisolas, sobretudo depois de uma fuga de informação involuntária protagonizada pelo ex-futebolista Alessandro Del Piero, que mostrou a camisola mexicana. Para além disso, o equipamento alternativo, que será branco com detalhes vermelhos, também já pode ser adquirido no vasto universo da contrafação. Espera-se que a Adidas o apresente nos próximos dias.
O México irá estrear a nova camisola verde no próximo dia 15 de novembro, na última data FIFA do ano, quando receber o Uruguai no relvado do Santos de Torreón. Ali, os adeptos, independentemente do aspeto, esperam que a seleção mostre, finalmente, alguma ideia clara que reacenda a paixão de um país preso à nostalgia.
