"Uma tristeza o que aconteceu aqui. Viemos para jogar futebol e o que vimos desde a nossa chegada foi antijogo. Mesmo com esta altitude de 4 mil metros, jogámos contra a arbitragem, contra a polícia e contra os apanha-bolas, que tiravam bolas de campo, colocavam outras dentro de campo. Uma verdadeira várzea", disparou Samir Xaud em entrevista ao ge.
Se para o Brasil o jogo era apenas um amigável na altitude, para a Bolívia valia muito. A seleção da casa precisava do resultado para garantir a presença no play-off intercontinental de apuramento para o Mundial-2026. Ausente das fases finais desde 1994, este era o jogo mais importante para o futebol boliviano nas últimas três décadas.
A enorme importância para os bolivianos criou um cenário de catimba elevado na fase final do encontro. Bolas vazias, apanha-bolas a interferirem e a tradicional perda de tempo tomaram conta do relvado em El Alto e dificultaram ainda mais a missão brasileira. Samir Xaud chegou a afirmar que a arbitragem foi tendenciosa a favor dos anfitriões.
"Não é o que esperamos para o futebol mundial nem para o futebol sul-americano. O que queremos é engrandecer ainda mais. Este tipo de atitude, principalmente jogando na altitude, torna-se complicado, ainda mais jogando com 14 homens em campo. Espero que a Conmebol tome providências, até porque temos tudo gravado. Isto não pode acontecer, é um absurdo", afirmou.
Além das questões dentro das quatro linhas, Samir Xaud denunciou também a truculência policial por parte dos bolivianos em relação à comitiva da seleção. O presidente da CBF classificou a receção como "absurda".
"Houve sim, polícia agressiva com toda a equipa, toda a comissão técnica. Não é o que esperamos. Nós recebemos todas as seleções muito bem, acolhemos as seleções. Colocamos tudo à disposição delas e, quando jogamos fora do Brasil, principalmente aqui, chega a ser até absurda a receção que temos. Fica a minha indignação", finalizou.

Agora, o Brasil terá jogos de preparação até à estreia no Mundial-2026. Na Data FIFA de outubro, os desafios da equipa de Carlo Ancelotti serão na Ásia: contra a Coreia do Sul no dia 10 e contra o Japão no dia 14, em Seul e Tóquio, respetivamente.