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Em entrevista à Gazzetta dello Sport, Jazar, que vive exilado há seis anos, falou durante a preparação de dois jogos particulares frente à Malásia e à Líbia. Este último será disputado em Doha, atual sede designada para os encontros “em casa” da Palestina, desde que a equipa foi forçada ao exílio em 2019 devido ao conflito com Israel.
Sobre o jogo entre Itália e Israel, o técnico deixou um apelo direto: “Não digo que não se deva jogar. Espero que este encontro nos lembre que uma nação está a ser assassinada todos os dias. Aos italianos peço: guardem um minuto de silêncio antes do pontapé de saída para homenagear as crianças de Gaza e todas as nossas vítimas. Ergam a bandeira palestiniana nas bancadas e cantem por nós como gesto de solidariedade. Não esqueçam o passado: em 1982, a Itália dedicou o Mundial ao povo palestiniano. Agora precisamos de outro sinal forte.”
Jazar afirma ter perdido 250 familiares no conflito e recordou o seu antigo adjunto Hani Al-Masdar: “Era o meu braço direito na equipa olímpica. Um herói. Foi morto enquanto distribuía ajuda humanitária, viajando de norte a sul para apoiar os necessitados.”
O treinador deixou ainda uma frase que ilustra o clima de medo vivido pelo povo palestiniano: “Sabem o que mais tememos? O telefone. Sempre que voltamos ao balneário, corremos para verificar as notificações. Esse alerta diário tornou-se uma fonte de ansiedade: pode significar que um amigo ou familiar morreu.”