Recorde aqui as incidências do encontro
Bino Maçães dispunha de todos os jogadores disponíveis para este encontro e manteve a confiança no onze base, enquanto Arthur Ryan, Luís Eduardo e Vítor Hugo eram desfalques na turma de Dudu Patetuci. As duas equipas já sabiam que, em caso de vitória, encontrariam a Áustria na final, que venceu a Itália por 2-0 graças a um bis de Johannes Moser, melhor marcador da competição.

Muito equilíbrio... e porrada também
O início da partida foi algo estático, com as duas equipas a estudarem-se mutuamente até que Portugal criou a primeira boa ocasião, numa jogada de insistência protagonizada por Anísio Cabral que, quando arranjou espaço para rematar, foi travado por um grande bloqueio de Zé Lucas na hora H. O capitão brasileiro respondeu, pouco depois, com um remate por cima da trave.
A melhor oportunidade até ao descanso caiu nos pés do melhor marcador da canarinha, Dell, que aproveitou um erro de Mauro Furtado para ficar isolado, mas não conseguiu bater Romário Cunha e, na recarga, Martim Chelmik impediu o golo em cima da linha. Respondeu Portugal numa boa jogada coletiva com o remate de Mateus Mide bloqueado pela defesa contrária.
A partir dos 25 minutos, acabaram os lances de perigo e começaram os duelos físicos a ganhar protagonismo, com muitas faltas e duelos acesos no miolo. O árbitro estava a perder controlo das faltas sucessivas e finalmente foi ao bolso buscar um cartão amarelo para Zé Lucas, a quem já tinha sido poupado e arriscou o segundo pouco antes do descanso.

A segunda parte começou no mesmo tom, mas com um cartão bem mais rápido a ser mostrado a Rafael Quintas, que levou o capitão a ser substituído pouco depois, ao lado de Stevan Manuel, para as entradas de Yoan Pereira e Santiago Verdi. Este último entrou a ameaçar num remate de fora de área, que saiu ao lado. Nas áreas, poucos remates iam à baliza porque as duas defesas estavam intransponíveis.
O árbitro continuava a dar que falar, já que depois de um challenge (revisão) pedido por Portugal numa dura entrada de pitões sobre Duarte Cunha, Vasilios Fotias saiu do monitor convicto para mostrar a Luís Felipe um cartão... amarelo. As duas equipas mereciam alguém francamente melhor. João Aragão foi chamado a jogo para render o extremo lesionado.
Aos 78 minutos, Anísio Cabral teve nos pés a melhor ocasião do segundo tempo, mas a tentativa de cruzamento ou remate saiu por cima da trave. A cinco minutos do fim, com mais uma intervenção no monitor para rejeitar uma potencial expulsão de Verdi, o Brasil ameaçou num remate acrobático de Zé Lucas - que grande exibição! - por cima da trave, numa altura em que já se pensava no desempate por grandes penalidades, que viria a confirmar-se.
A lotaria
Sem o batedor de serviço (Rafael Quintas), Tomás Soares foi o primeiro a assumir e a converter com um remate encorajador, enquanto Romário Cunha ficou a milímetros de defender o remate de Dell. Martim Chelmik confiou na potência e conseguiu bater João Pedro, enquanto Thiaguinho voltou a empatar num remate indefensável.
Santiago Verdi enganou o guarda-redes contrário, tal como Zé Lucas logo a seguir. Três remates e três golos para cada lado (3-3). Yoan Pereira deu seguimento ao aproveitamento luso e Luís Pacheco fez o mesmo para a canarinha (4-4).
No último penálti antes da morte súbita, Romário Cunha tentou surpreender os adversários ao assumir o pontapé e atirou a bola para fora do estádio. Ruan Pablo podia carimbar o passaporte dos brasileiros para a final e acertou no ferro!
João Aragão chegou-se à frente e beneficiou da hesitação do guardião brasileiro, enquanto Gabriel Mec enganou muito bem Romário Cunha (5-5). A responsabilidade caiu então no pé esquerdo de José Neto, que não tremeu e voltou a dar vantagem a Portugal. Ângelo precisava de marcar para manter o Brasil na luta, mas falhou o alvo (6-5).
Portugal está na final do Mundial sub-17 pela primeira vez na história e vai enfrentar a Áustria para juntar esse troféu ao título europeu. O Brasil, detentor de quatro troféus da categoria, vai disputar o encontro para atribuição do terceiro lugar, frente à Itália, marcado também para quinta-feira, às 12:30 (em Lisboa), no complexo desportivo Aspire Zone.
