Num campeonato despovoado dos grandes nomes que já brilham na elite, a Seleção Mexicana de futebol estreia-se no Mundial Sub-20 em solo chileno com Elias Montiel, Obed Vargas e Gilberto Mora como donos da ilusão nacional para alcançar uma exibição histórica.
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Há muito tempo que o futebol mexicano não vivia uma paixão fervorosa antes de um torneio juvenil. Com as vitórias nos Mundiais Sub-17 de 2005 e 2011, as categorias de formação serviram de consolo para a paixão nacional ao poder sentir-se os melhores do mundo.
Mas, apesar dessas conquistas importantes, o salto triunfal na categoria sub-20, já com jogadores mais experientes e encaminhados para carreiras de destaque, sempre foi evasivo para o argot mexicano. Por isso, este campeonato no Chile despertou uma ilusão genuína, apesar de o Tri fazer parte de um grupo complicado junto com Brasil, Espanha e Marrocos, graças a três nomes ilustres.
Elías Montiel: drible e sabedoria
O jovem da eficiente base do Pachuca fez seu nome ecoar durante a Taça Intercontinental de 2024, com uma atuação extraordinária que lhe rendeu a bola de bronze e elogios diretos do Real Madrid.
Rápido de pernas e de mente, Montiel ainda tem pendente a estreia pela seleção principal numa partida oficial após ter feito parte da excursão que o ‘Tri’ realizou pela América do Sul, em que enfrentou o Inter de Porto Alegre e o River Plate, em que terminou de dissipar qualquer dúvida sobre sua firmeza para encarar qualquer adversidade.
Com 19 anos, quase 20, Montiel tem claro que de sua liderança e sua carreira consolidada na primeira divisão deverá emergir a ilusão nacional para alcançar uma boa atuação no torneio. Ao mesmo tempo, Elías sabe que esta é a última oportunidade para tentar conquistar um lugar no Mundial do próximo ano.
Obed Vargas: valentia e determinação
Ter viralizado por não se intimidar diante do Inter de Miami de Messi serviu para colocar Obed Vargas em posição de destaque entre os adeptos mexicanos que anseiam e imploram por jogadores de caráter que representem sua paixão incomensurável em campo.
Nascido no Alasca, sabia que precisava seguir o coração e escolheu jogar pelo México, país onde cresceu. Peça importante do Seattle Sounders, o futuro do médio pede passagem para o futebol europeu e consolidar na seleção nacional.
Ainda que tenha sido convocado apenas uma vez por Javier Aguirre para um particular frente aos Estados Unidos há exatamente um ano, Vargas não perdeu tempo a lamentar. As exibições na MLS, com a conquista da Taça das Ligas incluída, colocaram-no entre as próximas promessas do futebol nacional. O que fizer durante o Mundial juvenil chileno pode ser o início de uma história inesquecível.
Gilberto Mora: a joia da coroa
Sebastián Loco Abreu rendeu-se aos pés de Gilberto Mora que, com 16 anos, respondeu a uma pergunta em inglês durante uma conferência de imprensa, enquanto estava sentado ao lado do técnico uruguaio que o dirige no Xolos de Tijuana. “É um fenómeno, faz tudo bem”, disse Abreu entre as risadas dos jornalistas.
Essa sabedoria diante dos microfones fica microscópica quando Mora entra em campo. O adolescente sabe o talento que tem e, longe de fugir da responsabilidade que isso traz, o nascido em Chiapas a abraça com uma ousadia encantadora que o leva a dominar o meio-campo de maneira arrogante e eficaz.
O presente é tão iluminado que ninguém duvida do que ele pode fazer no Mundial Sub-20, mas todos no México esperam vê-lo fazer parte da lista final de Javier Aguirre para o Mundial-2026 do próximo ano. Um país inteiro sonha em presenciar a estreia do Tri no renovado Estádio Azteca com Mora em campo. Uma paixão multitudinária deseja isso com toda a alma.