Recorde as incidências da partida

Em Santiago do Chile, o jogador que alinha na Liga portuguesa inaugurou o marcador aos 12 minutos, de livre direto, e selou o resultado final aos 29, oportuno na área, a ocorrer a um centro da direita de Othmane Maamma, eleito o melhor jogador da prova.
Os dois golos de Zabiri, que fechou a prova entre os melhores marcadores, com cinco, e foi eleito o segundo melhor jogador da competição, puseram muito desconfortável a Argentina, que partia favorita para vencer uma sétima final, em oito presenças.
Os argentinos tiveram muito mais tempo a bola (57% conta 30%) e somaram mais remates (21 contra nove) e passes concluídos (451 contra 166), mas os marroquinos foram letais no aproveitamento das oportunidades e, depois, controlaram sempre o jogo.
Marrocos, que tinha como melhor registo o quarto lugar de 2005, edição conquistada pela Argentina de Lionel Messi, deu o segundo troféu a África, replicando o sucesso do Gana, em 2009, e conseguiu o maior feito da sua história futebolística.
Em relação aos jogos das meias-finais, a Argentina trocou Subiabre por Carrizzo, que regressou após castigo, enquanto Marrocos mudou de guarda-redes, o lesionado Benchaouch por Gomis, e de lateral direito, Majni por Maamar.
As duas equipas mostraram as suas intenções de início, com a Argentina a querer dominar o jogo pela posse de bola e Marrocos a optar pelas saídas rápidas em contra-ataque, que dariam frutos à primeira tentativa.
Logo aos seis minutos, Zabiri isolou-se e chocou com o guarda-redes argentino, com o árbitro a nada assinalar, mas com o selecionador marroquino a pedir a revisão do lance - cada técnico podia pedir duas por jogo na competição.
Depois de prolongado visionamento das imagens, o italiano deu amarelo ao guarda-redes argentino e assinalou livre direto no limite da área, que, aos 12 minutos, o mesmo Zabiri transformou como brilhantismo, colocando a bola no ângulo superior direito.
Os sul-americanos demoraram alguns minutos a encaixar o golo, mas reagiram, com Soler a criar perigo pela esquerda, aos 18 minutos, e Prestianni pelo meio, a conquistar um livre perigoso, que, aos 24, Carrizo desperdiçou.

Os marroquinos voltaram, porém, a conseguir lançar um contra-ataque venenoso aos 29 minutos, com o endiabrado Maamma a fugir na direita e a centrar com precisão para a entrada da pequena área, onde apareceu Zabiri, solto, a bisar.
A equipa africana ficou ainda mais cómoda, enquanto a Argentina não conseguiu esconder alguma desorientação, só voltando a criar perigo nos descontos, por Prestianni, aos 45+1 minutos, e, especialmente, por Silvetti - lançado aos 33 para o lugar de Acuña -, que se isolou, aos 45+4, mas falhou o alvo.
A última jogada de grande perigo na primeira parte ainda foi de Marrocos, com Villalba a evitar o tento de Maamaa, aos 45+5 minutos, tal como a primeira da segunda, por Zabiri, aos 49.
O técnico argentino veio para a segunda parte com mais duas alterações (Fernández e Andrada substituíram Villalba e o portista Pérez) e, com a sua equipa ainda incapaz de incomodar os marroquinos, aos 60 trocou Sarco por Subiabre.
Sempre a jogar contra o tempo, a Argentina, raramente paciente, só voltou a assustar aos 66 minutos, com Prestianni a centrar da direita e Subiabre a atirar por cima da barra, e, até final, cada vez mais nervosa, desorientada e descrente, nunca mais incomodou verdadeiramente os marroquinos.
No final, a festa foi dos marroquinos, que receberam o troféu de campeões e ainda a Bola de Ouro (Maamaa) e de Prata (Zabiri), com a Argentina a ficar com a de Bronze (Milton Delgado) e o melhor guarda-redes (Santino Barbi).
A Bota de Ouro, para o melhor marcador, foi, pelo desempate por assistências, para o norte-americano Benjamin Cremaschi, que somou os mesmos cinco golos do colombiano Neiser Villarreal, do francês Lucas Michal e do inevitável Zabiri.