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Europeu Feminino: Inglaterra sofre, mas dá a volta à Itália e marca lugar na final (2-1)

Jogadoras de Inglaterra celebram triunfo
Jogadoras de Inglaterra celebram triunfoPhoto par FABRICE COFFRINI / AFP

Eliminada até ao minuto 90, a Inglaterra acabou por garantir mais uma presença numa final do Europeu, graças a um golo no último suspiro e a um remate decisivo de Chloe Kelly no prolongamento, aos 119 minutos. O “Proper England” fez jus ao seu espírito combativo e as Lionesses chegam assim à final, onde pretendem manter o título conquistado há dois anos.

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As notas individuais dos onzes iniciais
As notas individuais dos onzes iniciaisFlashscore

Durante muito tempo, a Inglaterra pareceu destinada a fazer as malas, especialmente depois do golo de Barbara Bonansea, aos 33 minutos. Mas Michelle Agyemang, a jovem que já tinha sido decisiva frente à Suécia nos quartos de final, voltou a aparecer para empatar e levar o jogo para prolongamento.

Com o golo do empate, as Lionesses ganharam novo fôlego e aproveitaram o desgaste de uma defesa italiana cada vez mais tensa e desesperada com o passar dos minutos. Desta vez, não foi preciso recorrer às grandes penalidades para carimbar o passaporte para a final.

Ao cabo de 120 minutos, a equipa de Sarina Wiegman garantiu a presença em mais uma decisão, a terceira consecutiva em grandes torneios e a segunda consecutiva num Campeonato da Europa. As campeãs em título, que levantaram o troféu em casa, aguardam agora para saber se vão defrontar Espanha ou Alemanha em Basileia, a 27 de julho. Uma coisa é certa: a final será uma reedição de uma das duas últimas.

Contra a corrente do jogo, a Itália abre o marcador

Depois de um início morno entre duas seleções que nunca se haviam defrontado, a primeira grande oportunidade pertenceu à Inglaterra. Lauren James recebeu um cruzamento de Lauren Hemp à entrada da área, mas Laura Giuliani respondeu com uma boa defesa, aos 11 minutos. Sofia Cantore tentou responder de imediato, com um remate também de fora da área, mas não conseguiu bater Hannah Hampton (12’). Pouco depois, um cruzamento de Barbara Bonansea saiu a rasar o poste mais distante (14’). Alessia Russo, que tem sentido dificuldades desde o início do torneio, surgiu com perigo na área e conseguiu rematar, mas a bola saiu rente ao poste da baliza de Giuliani (19’).

Após uma boa jogada individual, Sofia Cantore tentou um remate de trivela, mas falhou o alvo, mesmo tendo duas companheiras melhor colocadas (21’). Do outro lado, Lauren James cruzou bem para Hemp, mas a jogadora do Manchester City foi batida pela superioridade física da defesa italiana (24’).

Depois de alguns minutos sem grandes emoções, a Itália surpreendeu e inaugurou o marcador, fruto de uma boa jogada individual entre Arianna Caruso e Sofia Cantore. A camisola 7 italiana cruzou para Cristiana Girelli, que escorregou ao tentar finalizar, mas Bonansea apareceu à entrada da área, dominou com calma e, à segunda tentativa, disparou de pé esquerdo por baixo da barra de Hampton, fazendo o 0-1 aos 33 minutos.

As principais estatísticas da partida
As principais estatísticas da partidaFlashscore

Lauren James esteve muito perto do empate pouco depois, surgindo ao segundo poste e obrigando Giuliani a uma defesa de grande nível (37’). A Inglaterra manteve a pressão e Hemp voltou a cruzar para Lucy Bronze, mas sem sucesso (40’). Já perto do intervalo, a Itália ameaçou novamente, com Elisabetta Oliviero a cruzar para o cabeceamento de Bonansea, que desta vez foi travada por Bronze (42’).

Catenaccio para contrariar a fúria da Inglaterra

A Inglaterra sofreu antes do intervalo, mas a sorte mudou, literalmente, na segunda parte. Após um cruzamento milimétrico de Ella Toone pela esquerda, Lauren Hemp cabeceou por cima (50’). Pouco depois, Lucy Bronze voltou a criar perigo com um cruzamento já em esforço, após um longo período de posse à entrada da área, mas o seu remate foi travado por Giuliani (52’). As Lionesses insistiram e, perante o bloco baixo da Itália, decidiram tentar a sorte de longe, com Keira Walsh a rematar de fora da área (56’).

A Itália sofria, mas não cedia, e começava a ganhar tempo em cada toque e em cada desmarcação. Isso bastou para frustrar a equipa inglesa, que tinha entrado bem no segundo tempo. A seleção italiana acabou por perder a capitã, Cristiana Girelli, obrigada a abandonar o jogo após um choque com Esme Morgan (64’). Enquanto os cânticos de “England, England” ecoavam das bancadas, as inglesas foram recuando, empurradas por uma Itália cada vez mais agressiva. Num sinal claro de frustração, Ella Toone tentou um remate desesperado de longa distância, sem sucesso (69’).

Num outro cruzamento para a área italiana, Hemp bateu Oliviero em velocidade e acabou derrubada na tentativa de disputar a bola. Não houve penálti, com a árbitra croata a assinalar uma falta anterior (75’). Na resposta, Giuliani lançou rapidamente Caruso, que arriscou um remate de 40 metros e quase apanhou Hampton em contrapé (76’). A Inglaterra intensificou a pressão, acumulando livres e cantos, todos desviados com sacrifício por uma defesa italiana cada vez mais pressionada.

A Itália podia mesmo ter sentenciado o jogo perto dos 90 minutos, quando Michela Cambiaghi respondeu a um canto batido por Hampton. Severini aproveitou a recarga, mas foi travada pela guarda-redes inglesa, que reagiu com rapidez e se reposicionou no momento certo (86’). Chloe Kelly, muito aplaudida quando entrou, voltou a encontrar Lucy Bronze ao segundo poste, mas o cabeceamento foi travado por Giuliani (90’+1). Oliviero ainda tentou um remate de fora da área, mas Hampton encaixou (90’+2).

No entanto, foi Oliviero quem acabou por falhar no momento decisivo. Esqueceu-se por completo de Michelle Agyemang, que apareceu no coração da área para aproveitar uma bola mal afastada por Giuliani, após um cruzamento de Beth Mead. A avançada, a mais jovem de sempre a marcar pela Inglaterra numa fase final, disparou com potência entre as pernas da guarda-redes e fez explodir de alegria os milhares de adeptos ingleses em Genebra (1-1, 90’+6).

Chloe Kelly volta a salvar a Inglaterra

Um golo que arrastou esta primeira meia-final do Euro 2025 para prolongamento. A Inglaterra voltou a atacar e esteve perto de surpreender Giuliani com um cruzamento traiçoeiro de Alex Greenwood. A bola passou por baixo da guarda-redes italiana, mas Julie Piga, que tinha entrado ao intervalo, afastou o perigo em cima da linha (95’). Giada Greggi respondeu com um remate de longe, em arco, mas Hampton segurou sem dificuldade (97’). Chloe Kelly também tentou a sua sorte, invadindo a área italiana e rematando de pé esquerdo, mas a bola saiu por cima da trave de Giuliani (98’).

Com as duas equipas visivelmente desgastadas, a capacidade para finalizar os ataques foi-se esfumando. Linari conseguiu travar uma tentativa de Agyemang com um grande corte (102’). A Itália respondeu pouco depois, com Oliviero a entrar na área inglesa, mas Alex Greenwood, já a acusar o desgaste físico, conseguiu travá-la no momento certo (105’). Pouco depois, um canto cobrado de forma sublime por Chloe Kelly encontrou uma cabeçada ao ângulo, mas Giuliani assinou uma defesa brilhante para manter a Itália no jogo (108’).

Michelle Agyemang esteve muito perto de se tornar a heroína da Inglaterra quando tentou um remate em rotação, que passou por toda a defesa italiana e embateu com estrondo na trave, perante uma Giuliani que nem se mexeu (117’).

Mas a oportunidade decisiva surgiu pouco depois. Lauren Hemp cruzou para a área e Severini empurrou Beth Mead no momento em que esta se preparava para finalizar. A árbitra não hesitou e apontou para a marca de grande penalidade. Chloe Kelly assumiu a responsabilidade e, mesmo depois de Giuliani adivinhar o lado e ainda tocar na bola, foi mais rápida a reagir e, na recarga, empurrou para o fundo das redes. A 40 segundos do apito final, as Lionesses garantiam a vitória (2-1, 119’).