Montse Tomé, selecionadora espanhola de futebol, analisou o que espera da final do Europeu frente a Inglaterra e o que espera das suas jogadoras nesse decisivo encontro pelo título continental.
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Análise às exibições de Espanha: "Vemos a equipa que queremos, há muito tempo que trabalhamos para isso. Neste ano fomos ajustando as peças para estarmos onde estamos, com as jogadoras que queremos e que representam o que sentimos, e estamos numa final de Europeu. Por isso, estamos muito contentes com o que conseguimos".
Ansiedade: "A equipa está bem, temos vindo a ajustar o trabalho para chegar bem ao jogo, fizemos treinos diferentes com jogadoras diferentes em função das cargas de minutos que têm. Têm vontade que o jogo comece, mas cada vez têm mais experiência em viver as horas que antecedem o jogo. Agora vamos procurar boas sensações no treino".
Jogo longo e a contribuição do banco: "É uma final contra a atual campeã da Europa. Sabemos o que significa jogar contra elas, algo que faremos medindo-nos de igual para igual. Sinto que temos 23 jogadoras, quando sentirmos que o jogo está num lado ou noutro, podemos recorrer a qualquer peça. Jogaram diferentes jogadoras, com diferentes perfis e em diferentes momentos. Estão todas disponíveis".
Aprendizagem dos dois jogos contra a Inglaterra: "Espero um jogo muito equilibrado, com uma seleção que gosta de atacar, tem uma linha de ataque com muito potencial, um grande meio-campo e uma defesa com capacidade para sair a jogar. Em alguns momentos teremos de pressionar, ter uma boa fase defensiva, mas espero que seja equilibrado. Os dois jogos anteriores? Em Wembley merecíamos mais porque tivemos ocasiões, tivemos a bola, mas elas são muito competitivas, parecem que não estão bem e acabam por ganhar; e em Barcelona, foi equilibrado, começámos a perder e depois submetemos a Inglaterra e ganhámos. Vai ser muito equilibrado".
Dificuldades para formar o 11: "Pode ser difícil, mas entendem que estar na seleção é um privilégio. Já é difícil entrar nas 23 e, quando falamos com elas, até agora tivemos facilidade na gestão porque aceitaram cada papel e o seu momento, respeitando o plano de jogos. María Méndez, sempre que precisamos dela, fez um trabalho espetacular. Athenea tem tido um bom desempenho, sabemos o que nos dá de início e a sair do banco. Estão a ter mentalidade de equipa, o que torna tudo mais fácil".
Pressão por ser uma final: "Não penso na pressão, mas sim que ao longo do campeonato fizemos história ao chegar às meias-finais, a uma final, vencendo a Alemanha, tudo pela primeira vez. Sinto que fomos cumprindo objetivos. Tínhamos o sonho de jogar seis jogos e vamos jogá-los. A Inglaterra defende o título, é a atual campeã da Europa e nós vamos desfrutar do jogo e ir com tudo".
Espanha merece ganhar: "Por tudo, somos uma equipa e jogadoras que têm lutado, trabalhado e esforçado-se com muita energia em muitos lugares. Todo profissional que acompanha a seleção desfruta. O facto de todas as perguntas que me fazem serem de futebol mostra a mudança que estamos a conseguir. Para mim, é evidente que o trabalho foi feito para que tudo corra bem amanhã (sábado)".
Claudia Pina e a sua vontade de rematar à baliza: "É a quem menos tenho de dizer para rematar. Pede-nos sempre mais finalizações nos treinos e temos de a travar para que não sobrecarregue a perna. É uma jogadora que finaliza muito bem, que é capaz de marcar golos. Tanto ela como todas as jogadoras de ataque vão ter a possibilidade de o fazer (rematar)".
Apoio desde Espanha: "Em Lausanne, fomos muito bem recebidos, ajudaram-nos a sentir-nos em casa. A despedida foi fruto do carinho que nos deram. Apesar de termos chegado às quatro da manhã, lá estavam os trabalhadores à nossa espera. E de Espanha recebemos apoio, carinho, sabemos que de diferentes províncias nos vão ver em ecrãs gigantes. Sentimo-nos motivadas e entusiasmadas, mas temos claro na nossa cabeça o que temos de fazer para enfrentar o jogo e assim vai correr bem".