"O Governo Federal, por meio do Ministério do Desporto, formalizou a sua preocupação com a CONMEBOL e solicitou garantias relacionadas à segurança de atletas, equipas técnicas, profissionais que cobrem o evento e adeptos brasileiros durante o campeonato", informou o ministério em nota oficial.
O gabinete do governo de Luiz Inácio Lula da Silva enviou, na quarta-feira, uma carta à entidade máxima do futebol sul-americano pedindo aos organizadores do torneio que garantam "a proteção e o bem-estar" dos cidadãos brasileiros.
"Reiteramos a necessidade imperiosa de que esta entidade desportiva mobilize todos os esforços necessários para garantir, com excelência, a realização da competição com a máxima segurança possível", lê-se na carta, que não menciona os motivos da "preocupação" de Brasília.
A realização do Campeonato Sul-Americano Sub-20 tem sido questionada nas últimas semanas pelo governo argentino do ultraliberal Javier Milei, que se opõe à sua realização em solo venezuelano devido à polémica vitória presidencial de Nicolás Maduro, a 10 de janeiro.
Há alguns dias, após as perguntas dos argentinos, uma fonte da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) disse à AFP que o órgão está a monitorizar a situação na Venezuela, onde o torneio será realizado entre 23 de janeiro e 16 de fevereiro.
Na quarta-feira, a CONMEBOL publicou nas suas redes sociais detalhes sobre o torneio e os estádios em que será disputado, confirmando que não há intenção de mudar a data do torneio.
Apesar da oposição do governo de Milei, a seleção argentina sub-20 está a preparar-se no centro de treinos da Associação de Futebol Argentino (AFA), em Buenos Aires, para o torneio, que dá quatro vagas para o Mundial, a ser disputado no Chile entre setembro e outubro.
Enquanto isso, a seleção brasileira de Ramon Menezes está a preparar-se desde 7 de janeiro na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em Teresópolis, perto do Rio de Janeiro.
A tomada de posse de Maduro, no poder desde 2013, foi denunciada como um "golpe de Estado" pela oposição, que afirma ter vencido as eleições de 28 de julho. O governo de Lula afirmou que não reconheceria os resultados das eleições venezuelanas até que os resultados da contagem dos votos fossem publicados.