Análise: Como é que os suplentes podem influenciar o Real Madrid-Barcelona

Alba Romero Torres/BeSoccer

Endrick no banco de suplentes do Real MadridFlashscore/Instagram

Este domingo joga-se o primeiro 'El Clásico' da temporada, um jogo em que, para além dos onze iniciais, os suplentes também serão importantes, ainda que mais para o Barcelona do que para o Real Madrid.

Siga o Real Madrid - Barcelona no Flashscore

Se há um jogo capaz de prender a atenção de todos os adeptos de futebol, esse jogo é o ‘El Clásico’, quando dois dos maiores clubes da história, Real Madrid e Barcelona, se enfrentam. O primeiro duelo da temporada está prestes a acontecer, e a imprensa já começa a analisar como ambos os clubes estão a preparar-se para o confronto no Santiago Bernabéu, este domingo.

Grande parte da cobertura mediática tem destacado a excelente fase goleadora de Kylian Mbappé, a importância de Arda Güler no esquema de Xabi Alonso, a liderança de Lamine Yamal e a criatividade de Pedri no meio-campo do Barcelona. Mas e os suplentes?

É um facto que o Real Madrid possui um plantel mais profundo que o do Barcelona, especialmente considerando que, nos últimos anos, os catalães têm recorrido principalmente a empréstimos, jogadores livres e contratações económicas, devido à sua situação financeira delicada.

Jogadores como Brahim, Rodrygo, Endrick, Ferland Mendy, Eduardo Camavinga e Franco Mastantuono têm uma reputação internacional maior do que nomes como Ronny Bardghji ou jovens como Marc Bernal, Gerard Martin e Marc Casado. No entanto, ao analisar as estatísticas da LaLiga, surge uma surpresa:

Apesar da profundidade do plantel, o Real Madrid é o quarto clube que menos utiliza os seus suplentes na competição, com apenas 739 minutos disputados por suplentes. Já o Barcelona aparece em quinto lugar, com 976 minutos, dependendo mais do banco do que se imaginaria.

A fórmula fixa do Real Madrid

O facto de o Real Madrid utilizar tão pouco os seus suplentes é surpreendente, considerando a qualidade do banco, mas há um fator importante a ser considerado: a chegada de Xabi Alonso.

A chegada de um novo treinador geralmente traz mudanças, incluindo a tentativa de encontrar um onze-base que ofereça estabilidade e permita o início de um projeto sólido. Xabi Alonso assumiu o Real Madrid em junho e, embora tenha promovido algumas rotações no Mundial de Clubes, parece ter encontrado, no início da temporada 2025/26, uma formação que funciona muito bem para ele.

Até agora, apenas 739 minutos foram disputados por suplentes no Real Madrid esta temporada, com Rodrygo a ser um dos mais utilizados. Outros, como Endrick, uma das grandes promessas do futebol brasileiro, ainda não jogaram nenhum minuto e já consideram uma saída por empréstimo em janeiro.

Estratégia de banco do Barcelona

Em contraste com os Merengues, o Barcelona é uma das equipas da LaLiga que mais depende dos seus suplentes, mesmo sem contar com um banco recheado de estrelas.

Uma das razões para isso é a onda de lesões que atingiu o clube catalão esta temporada. Jogadores como Gavi, Joan Garcia, Raphinha, Lewandowski e Fermín López ficaram afastados em diferentes períodos, obrigando o treinador Hansi Flick a recorrer à base do clube.

Com as lesões, Flick precisou de apostar em jovens inexperientes como titulares para dar descanso aos principais jogadores, e muitas vezes precisou de inseri-los mais cedo em campo quando os jogos se complicavam, garantindo que a equipa mantivesse competitividade mesmo com limitações.

Outro fator que explica os 976 minutos disputados por suplentes é o ritmo intenso do estilo de jogo do Barcelona, baseado em alta pressão, que naturalmente cansa os titulares mais rapidamente, exigindo a entrada de jogadores frescos para manter o desempenho.

Os suplentes do Barcelona também se têm mostrado eficazes no ataque. Robert Lewandowski lidera a lista de jogadores que marcaram saindo do banco, com três golos, seguido por Raphinha, que anotou dois, empatado com Akor Adams, Mateo Joseph, Álvaro García e Borja Iglesias.

Outro nome importante é Dani Olmo, quarto jogador da LaLiga com mais minutos disputados como suplente, somando 154, mostrando que Hansi Flick conta com opções confiáveis para manter o nível competitivo da equipa.