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O maior feito de Hansi Flick enquanto treinador do Barcelona, para além do triplete nacional e das meias-finais da Liga dos Campeões, é ter consolidado um sistema de jogo.
Nem Ronald Koeman nem Xavi Hernández conseguiram estabelecer uma ideia clara. Os seus Barças eram imprevisíveis. O de Xavi, por exemplo, venceu vários jogos da sua Liga 2022/23 pela margem mínima, resolvendo com inteligência defensiva. Na época seguinte, a defesa foi um desastre e perdeu vários encontros importantes.
Com Flick, percebe-se claramente ao que joga o Barcelona: pressão alta, linhas subidas, extremos envolvidos na construção, golos, posse e circulação de bola. É um Barça ofensivo, atrativo e com fome de títulos.
Apesar do mau arranque – em parte devido às lesões – o Barcelona conseguiu recuperar. Fecha o ano como líder sólido da LaLiga.
Estes são os seus deveres para 2026:
- Encontrar um central de topo
Ronald Araújo atravessa um momento complicado. Abandonou os colegas a meio da época para fazer uma viagem de encontro religioso. Os seus erros frente ao Chelsea tiveram peso psicológico e precisou de se afastar. O Barça não se pode dar ao luxo de desligar. Os erros, como se viu em Stamford Bridge, pagam-se caro. Encontrar um defesa, um central de topo – ao nível de Iñigo Martínez, que o clube sente bastante falta – é a primeira tarefa. Caso não se encontre um central de topo, recuar Koundé para o centro da defesa e procurar um lateral-direito também seria uma solução.

- Organizar melhor a defesa
O maior problema tático do Barcelona tem sido defensivo. Não é de agora. Ao longo da sua história, a defesa sempre saiu a jogar, com coragem, e posiciona-se subida. O seu esquema, embora arrojado, faz com que um adversário que pressione com bloco médio obrigue a jogar bolas longas – como fez o Sevilha de Almeyda – e isso leva a equipa a sofrer. O Barça precisa de ajustar a defesa. Subir menos as linhas nos jogos importantes e juntar-se mais.
- O eterno debate... Um médio defensivo?
Na era de Hansi Flick, Pedri recuou para jogar como duplo pivô. O Barcelona passou do tradicional 4-3-3 para um 4-2-3-1, procurando proteger mais os centrais quando tinham a bola e dar maior estabilidade defensiva. A questão é que, para garantir essa estabilidade, a presença de um médio defensivo – não ao estilo de Busquets, que era um dez disfarçado de cinco, mas sim um pivô forte, recuperador e robusto – é fundamental. Nem Frenkie de Jong nem Pedri cumprem esse papel – destacando-se sobretudo o trabalho físico de Pedri. Desde a saída de Kessié para a Arábia Saudita, um médio defensivo tornou-se ainda mais importante. É sempre útil ter alguém com esse perfil no plantel.
- Futuro pós-Lewandowski
O contrato de Robert Lewandowski termina em junho. As lesões têm afetado um pouco o avançado, que tem sido mais do que competente nos seus anos como jogador do Barcelona. Renove ou não, o clube tem de pensar no futuro pós-Lewandowski. Etta Eyong surge como uma opção que se enquadra na realidade financeira do clube. Já Julián Álvarez é um caso mais complicado. Não será uma contratação barata.

