O Barcelona sofreu um apagão geral novamente no Sánchez-Pizjuán, dias depois de ter vivido uma situação muito semelhante na segunda parte frente ao Paris Saint-Germain. E voltou a sentir falta de um maior protagonismo de Pedri (22). Nem a equipa encontrou o jogador das Canárias tanto quanto desejava, nem este conseguiu render nestes dois últimos encontros como em muitos outros desta época. Vigiado de muito perto, não conseguiu brilhar. E a equipa de Hansi Flick sente isso bastante, talvez até demais.
Não é por acaso que os três jogos em que o Barça vacilou este ano – o empate frente ao Rayo Vallecano e as derrotas contra o PSG e o Sevilha – foram os encontros em que Pedri menos participou com bola. Frente à equipa andaluza, como mostram os dados do BeSoccer Pro, esteve muito abaixo da média em muitos dos seus registos avançados no que toca à distribuição. Tentou 51 passes (82,7 de média esta época) e acertou 45 (75,96).
Para além dessa pouca participação do médio no aspeto central, o valor desses passes também caiu. Apenas quatro chegaram com sucesso ao último terço, menos oito do que vinha a registar em média. Além disso, registou quase mais três perdas de bola do que o habitual. O Sevilha colocou intensidade e muitas vigilâncias para que o '8' tivesse um dia incómodo na cidade andaluza. E conseguiu. Desligou Pedri e minimizou o perigo com bola do Barcelona.

O termómetro dos 50 passes
Analisando mais a fundo essa pouca participação de Pedri frente ao Sevilha, é uma tendência que também se verificou nos outros dois deslizes do Barça nesta época. Frente ao Rayo Vallecano e ao Paris Saint-Germain também teve uma influência muito menor do que é habitual. São os três únicos encontros em que não conseguiu superar os 50 passes bem-sucedidos. Denota demasiada dependência do '8'.
48 frente à equipa madrilena, 45 recentemente frente aos andaluzes e 37, o seu pior registo em muito tempo em duelos em que foi titular, contra a equipa de Luis Enrique. A diferença não é pequena se a compararmos com o resto dos compromissos desta época. Após esses 48 frente ao Rayo, o registo seguinte mais baixo foi frente ao Newcastle, mas com 81 passes bem-sucedidos. 85 frente ao Maiorca, 89 frente ao Getafe, 93 passes frente ao Valência e três duelos acima dos 100: Real Oviedo (103), Real Sociedad (103) e Levante (105).
Numa equipa do Barcelona sem o desequilíbrio de Lamine Yamal, sente-se demasiado quando o adversário desliga Pedri. No seu último jogo da Liga antes de defrontar o Sevilha, frente à Real Sociedad, o seu radar de passes explica muito bem também em que zona do campo joga e que capacidade tem para afundar os adversários. Frente ao Sevilha, além de completar muito menos passes, estes foram em zonas com menor possibilidade de gerar perigo. E o Barça sentiu isso.