Recorde as incidências da partida
Não há como estar em casa. Que o diga a equipa orientada por Diego Pablo Simeone, que transformou o Riyadh Air Metropolitano num verdadeiro bastião esta época. O desafio era enorme para os ches, que perderam aquele ímpeto que Carlos Corberán trouxe quando chegou há pouco mais de um ano, num duelo que, não há muito tempo, era quase uma final na luta pelos lugares de acesso à Liga dos Campeões. Que saudades desses tempos, recordam com nostalgia na cidade valenciana.
O conjunto visitante entrou determinado e com um plano bem definido. A pressão no meio-campo adversário permitiu que Hugo Duro surgisse isolado perante Jan Oblak, com um remate à barra ainda antes de se cumprirem 30 segundos de jogo. E não foi um mero acaso, pois as sensações eram positivas para uma equipa que volta a recear a ameaça de dizer adeus à elite. Pepelu García fez por merecer um amarelo que Soto Grado optou por não lhe mostrar. Aproxima-se o Natal e tudo mais...
Os rojiblancos finalmente avançaram no terreno, libertando-se desse domínio inicial, numa transição concluída por Alexander Sorloth e que Julen Agirrezabala travou. À primeira não resultou, mas à segunda, já depois do quarto de hora, o nulo foi desfeito: canto, tentativa frustrada de Nico González e remate colocado ao poste de Koke Resurrección, que fez explodir de alegria o templo colchonero. O capitão não marcava há mais de um ano.
Conhecem aquela sensação de ter os músculos presos? Assim estava o Atlético, mas o golo libertou um plantel que voltou a sofrer quando Pepelu celebrou o golo do empate. A alegria foi curta para o médio, pois a posição irregular do seu companheiro Hugo anulou o lance, frustrando um Valencia que ainda pediu penálti por mão de Pubill numa jogada sem grande história. Sorloth, a quem foi anulado um golo já perto do fim, esteve perto do 2-0 após um drible fulminante.
Cholo abdicou de Nahuel Molina e lançou Robin Le Normand para a segunda parte, mas também fez uma tripla substituição mesmo antes da hora de jogo (um dos que saiu foi Julián Álvarez, autêntico fantasma em campo). Entre essa alteração defensiva e a avalanche que se seguiu, o técnico de Cheste decidiu que era altura de tirar Diego López e lançar Lucas Beltrán.
O próprio avançado emprestado pela Fiorentina deu razão ao seu treinador: uma combinação com André Almeida e um lance individual brilhante, com finta de classe sobre o também recém-entrado Thiago Almada e um remate irrepreensível, resultou no 1-1 aos 63 minutos. Ninguém esperava, sobretudo por duas razões: era um lance aparentemente inofensivo e, além disso, o ponta-de-lança ainda não tinha marcado na LaLiga até este 13 de dezembro. E que palco para o fazer.
Um cabeceamento de Giuliano, pressionado por um adversário, voltou a animar os adeptos, que explodiram de alegria após a obra-prima assinada por Griezmann a passe de Pubill. O francês dominou a bola com mestria e finalizou com classe, ao alcance de poucos. Antes do jogo, soou o 'Si te vas' dos Extremaduro pela morte de Robe Iniesta, adepto do Atleti, e não haveria melhor forma de completar a homenagem do que com os golos de dois velhos rockeiros que valeram mais um triunfo.
