Depois disso, o defesa francês permaneceu durante dez temporadas na Casa Branca, conquistando títulos entre os quais se destacam três Ligas e quatro Champions. Com a sua seleção, atingiu a glória eterna ao sagrar-se campeão mundial na Rússia 2018.
Agora, um ano após ter terminado uma carreira que acabou por ser demasiado marcada pelas lesões, partilha a sua visão sobre o futebol a partir de fora sempre que tem oportunidade: "Mesmo hoje faço desporto e sinto dores. Praticar desporto é ótimo para a saúde, praticar desporto de elite já não é", afirmou, em declarações ao AS.
Varane relacionou este ponto com a sua má exibição frente ao Manchester City na época 2019/20: "Nesse jogo, estava a lidar com uma concussão. E já vinha de várias semanas antes", revelou o defesa.
"Num jogo anterior, contra o Getafe, levei uma bola forte... O que aconteceu foi que nos dias seguintes sentia-me exausto. Era impossível recuperar. Achei que talvez fosse só uma questão de dormir mais. Mas, na verdade, estava com uma concussão e não conhecia bem os sintomas. Durou várias semanas. Na altura não se faziam testes. E eu não estava bem em termos de coordenação, de energia", acrescentou.
Por outro lado, destacou os problemas de um calendário futebolístico tão sobrecarregado: "Não sei se para o business acrescentar competições é positivo. Acho que é precisamente o contrário. Às vezes, menos é mais. Só há 272 jogos de NFL, por exemplo. Há futebol a mais, competições a mais. Os jovens ficam saturados, acabam por se aborrecer. Lembro-me de, em criança, esperar ansiosamente pelo jogo da Champions. E finalmente chegava! Mas se há demasiados, além de baixar a qualidade, perde-se o interesse".
"O Kylian disse há pouco tempo que, claro, pode jogar cem jogos por ano, mas não todos ao máximo. Há alturas em que só se tenta evitar lesões. Prefiro menos quantidade, mas com mais qualidade", recordou, reforçando o seu ponto de vista.
Por fim, mostrou-se muito satisfeito com a sua nova vida longe dos relvados: "Estou muito confortável com os meus projetos. O mundo empresarial e o do futebol são muito semelhantes. E eu, na verdade, aos 23 anos tornei-me CEO da minha própria empresa porque criei um grupo de pessoas à minha volta. Também gosto muito dessa ideia de mudar o mundo, apoiar empresas que, para mim, fazem sentido", concluiu Varane.
