Em tempos visto como o futuro número nove do Arsenal, Balogun, de 24 anos, foi transferido para o Mónaco em agosto de 2023. A adaptação do avançado ao Principado não foi fácil, mas começa agora a mostrar-se decisivo, tanto no clube como na seleção.
Após um arranque de época relativamente discreto, Balogun tornou-se peça fundamental para Sebastien Pocognoli, mesmo numa fase em que o Mónaco caiu da luta pelo título da Ligue 1 para uma posição mediana na tabela, tendo perdido quatro dos últimos cinco jogos.
No plano internacional, parece ser a primeira escolha de Mauricio Pochettino para a posição de avançado principal na aproximação ao Mundial do próximo ano, e percebe-se porquê: a seleção dos EUA não dispõe propriamente de muitas opções de qualidade para o ataque.
Transformação de Balogun sob o comando de Pocognoli
Pocognoli, de 38 anos, assumiu o comando técnico do Mónaco após a saída de Adi Hutter, apenas sete jornadas decorridas na época 2025-26, e o seu percurso tem sido algo irregular. O Mónaco ocupa atualmente o nono lugar, mas, a nível individual, Balogun está claramente a desfrutar mais do seu futebol.
Com Hutter, Balogun tinha apenas um golo em sete jogos em todas as competições, apontado na vitória por 3-2 frente ao Estrasburgo, na Ligue 1. Apesar de ter sido um golo importante, não é um registo aceitável para um avançado que se espera que lidere uma equipa candidata ao título.
Desde que Pocognoli assumiu o comando, Balogun já marcou seis golos nos últimos dez jogos, três na Ligue 1 e três na Liga dos Campeões, competição onde tem estado em destaque - o seu golo da vitória aos 68 minutos no triunfo por 1-0 diante do Galatasaray foi um dos pontos altos, sobretudo tendo em conta que minutos antes tinha desperdiçado uma oportunidade flagrante.
Embora os avançados sejam, e com razão, avaliados pelo número de golos que marcam, esse não é o único critério para se ser um bom número nove. Os números de Balogun mostram bem a sua importância em tudo o que o Monaco faz.
Na época passada, uma das suas maiores dificuldades era a falta de remates. Balogun já igualou o número de remates enquadrados (10) e de golos (4) no campeonato, com um xG de 4,95, o que mostra que está a aparecer em zonas de finalização muito melhores.
É claramente uma referência ofensiva para o Monaco, mas está longe de ser um típico ponta-de-lança fixo, tendo criado sete ocasiões de golo e realizado 119 passes com uma eficácia de 73,5%, números adequados para um avançado isolado.
É com bola que mais se destaca. Balogun é um driblador de grande volume, já completou dez dribles com uma taxa de sucesso de 58,8% e perdeu a posse apenas 16 vezes. Os colegas confiam nele nos momentos decisivos, como provam os seus 66 toques na área adversária.
Pronto para liderar EUA no Mundial-2026
Este ano promete ser marcante para o futebol dos EUA. As expectativas são elevadas para os pupilos de Pochettino, e os adeptos que conseguirem gastar 4000 dólares num bilhete para ver a sua seleção vão, no mínimo, querer sentir que valeu a pena.
A seleção dos EUA procura há anos um avançado verdadeiramente eficaz, podendo até dizer-se que nunca teve um. Num recente particular frente ao Paraguai, adversário que irá defrontar na fase de grupos do Mundial-2026, Balogun teve apenas 15 toques na bola, mas apareceu no momento certo para colocar a equipa em vantagem e garantir o triunfo por 2-1 aos 71 minutos.
"Foi decisivo. Marcou o golo da vitória. E no Mundial, é isso que se exige. Para mim, foi fantástico porque não foi fácil bater a defesa paraguaia, que é uma equipa muito forte", afirmou Pochettino após o encontro.
"Acho que é uma grande lição para ele e para os jogadores defrontarem esta equipa do Paraguai num jogo deste tipo", acrescentou.
Momentos como este e um avançado capaz de concretizar as oportunidades podem ser o que separa a eliminação na fase de grupos do apuramento para as eliminatórias para a seleção dos EUA, e Balogun tem certamente qualidade para brilhar no maior palco de todos.