O Ministério da Cultura do Peru exigiu esta segunda-feira à Federação Peruana de Futebol (FPF) a aplicação imediata de sanções após os insultos racistas dirigidos a um jogador equatoriano da Liga profissional.
Durante o encontro de domingo entre o Cienciano de Cusco e o Alianza Lima, a contar para o Torneio Clausura 2025, o avançado equatoriano Eryc Castillo foi alvo de insultos discriminatórios ao abandonar o relvado, depois de ter sido expulso nos minutos finais da partida disputada no Estádio Inca Garcilaso de la Vega.
Num vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ouvir alguns adeptos a gritar das bancadas: “Filho da p*ta, macaco nojento de m*rda!”, na sequência da expulsão por acumulação de amarelos do jogador de 30 anos.
Em comunicado, o ministério apelou à FPF para “iniciar o processo de sanção correspondente contra os responsáveis pelos insultos racistas dirigidos ao futebolista”.

“Rejeitamos de forma categórica o ato de discriminação que desumaniza cidadãos afrodescendentes pela cor da pele. Apelamos aos adeptos para que promovam o respeito e a convivência nas bancadas”, declarou Gustavo Oré, diretor de Diversidade Cultural e Eliminação da Discriminação Racial, em comunicado.
"Contra a dignidade dos jogadores"
O ministério recordou que estas condutas “não só atentam contra a dignidade dos jogadores, como também constituem uma infração prevista na norma que estabelece medidas contra a violência em espetáculos desportivos”.
A FPF ainda não se pronunciou, mas os regulamentos em vigor preveem sanções para clubes e adeptos envolvidos em atos racistas.
Em 2015, os adeptos do Cienciano já haviam discriminado o panamenho Luis Tejada com insultos, episódio que levou a federação a aplicar ao clube uma multa de 12 mil dólares (cerca de 10 mil euros).