A mensagem de John Textor ao contratar Paulo Fonseca era clara: trazer um treinador capaz de levar o Olympique Lyonnais de volta à Liga dos Campeões. Há quatro temporadas que o clube não se qualifica, uma eternidade para quem estava habituado à glória europeia durante os anos 2000 e 2010. Para isso, o empresário norte-americano tomou a difícil decisão de demitir Pierre Sage, o treinador que tinha restaurado a sorte da equipa na temporada passada, e substituí-lo por Paulo Fonseca, um técnico com currículo mais sólido e histórico comprovado na Ligue 1.
O português, que optou por se juntar ao Milan no verão passado, regressou a França seis meses depois de ter deixado o Lille. Com duas mentalidades semelhantes e objetivos de curto prazo na mesma linha, o treinador de 51 anos viu no Lyon a oportunidade perfeita para voltar ao caminho certo. Lacazette e companhia estão sob o seu comando há três jogos, e os resultados só podem ser positivos, apesar de ainda haver muito a melhorar. O OL redescobriu um futebol espetacular baseado em forças ofensivas sem paralelo na liga francesa, mas ainda precisa de trabalhar a sua organização defensiva e o seu posicionamento.
Estes são dois aspectos fundamentais do estilo do português que, como tudo o resto, levarão tempo a estabelecer-se na dinâmica da equipa. Por enquanto,o Lyon recebe o PSG no domingo (19:45) com o objetivo de aplicar o trabalho realizado nos treinos desta semana para garantir a terceira vitória consecutiva na Ligue 1.
Lyon precisa de "organização defensiva", segundo Paulo Fonseca
Paulo Fonseca fez esta declaração pouco antes do jogo contra o Reims, cinco dias depois da derrota no Velódrome. O Lyon esteve perto de dar um grande golpe em Marselha, mas uma coisa se destacou neste encontro: a organização tática sem bola. O português não hesitou em afirmar que a área em que a sua equipa precisa de melhorar é a defensiva, que tem sido o principal problema desde o início da época. Com 27 golos sofridos e poucos jogos sem sofrer, o Lyon perdeu pontos preciosos em partidas que, com uma organização defensiva sólida, poderiam ter terminado com uma derrota ou um empate.
Nas cinco primeiras jornadas da temporada, o Lyon caiu perante os grandes sofrendo muitos golos: Rennes (3-0). Isso deveu-se, em grande parte, à má gestão das fases defensivas, como a falta de agressividade na recuperação após perda de bola ou quando o adversário está em transição. "Precisamos de encontrar estabilidade defensiva para podermos jogar bem e criar oportunidades. Temos muita qualidade individual no ataque. Só precisamos de ser capazes de entrar na área para aproveitar essa qualidade", explicou Paulo Fonseca no passado fim de semana.
"Na primeira parte (contra o Montpellier), tivemos muita bola, mas não conseguimos arranjar espaço para entrar na área. Temos de progredir e melhorar no plano defensivo, tanto quando perdemos a bola para a recuperarmos mais rapidamente como para contra-atacar mais rapidamente e com mais força. Afrouxámos rapidamente e jogámos sem intensidade, com e sem bola. Não fomos capazes de ser perigosos. Mas fomos muito melhores depois do intervalo, com mais energia e melhores intenções", continuou.
Agora que o verdadeiro problema foi identificado, Fonseca e a sua equipa podem continuar a contar com uma abundância de talento ofensivo. Lacazette, Tolisso - numnovo posicionamento muito mais avançado -, Cherki, Mikautadze, Nuamah: o OL tem tudo para marcar golos. Foi o que demonstrou nos seus últimos três jogos, com um total de dez golos.
No entanto, a partida contra o Montpellier pode ter deixado alguns céticos, já que o Lyon criou seis oportunidades claras de golo e converteu quatro delas. Foi por causa de uma eficiência sem igual ou de um adversário demasiado fraco? O jogo contra o PSG dará algumas respostas, uma vez que o treinador português se prepara para disputar o segundo jogo grande no banco dos Gones.
O objetivo é fazer melhor do que contra o Marselha, antes de uma série de jogos difíceis contra Brest, Nice, Estrasburgo e Lille. A Liga dos Campeões ainda está longe, mas pode estar ao virar da esquina se o Lyon conseguir os resultados certos nos próximos jogos.
