"Trabalhei muito e preparei-me para chegar ao mais alto nível". Em conferência de imprensa na sexta-feira, Habib Beye insistiu que estava pronto. Apesar de nunca ter treinado uma equipa do calibre do Rennes, Habib Beye está confiante em si próprio, na sua equipa e nos seus métodos. O seu grande desafio é manter o Rennes na primeira divisão, a começar por este fim de semana contra o Estrasburgo.
Comentador, técnico do National e agora da Ligue 1
A carreira de treinador de Beye começou em 2021, quando ele assumiu o comando do Red Star. Na altura, a equipa parisiense jogava na Liga National. Pouco a pouco, ele levou os seus jogadores ao topo. Três épocas depois, a equipa estava na Ligue 2. Foi uma subida significativa, que valeu ao antigo lateral o título de"melhor treinador nacional da época" em maio de 2024.
No entanto, não conseguiu encontrar outra equipa para treinar depois desse feito e regressou a um papel de comentador. Desde 2013, tem-se destacado em vários meios de comunicação social com as suas análises pertinentes. Continuou no Canal + até ao inverno de 2025, altura em que ficou disponível um lugar no Rennes. E isto apesar do facto de nunca ter trabalhado na Ligue 1 ou mesmo na igue 2.
"Tenho de mostrar as minhas capacidades e competências para gerir este clube. Penso que os diretores ficaram convencidos. É um processo e uma forma de construir um homem depois da minha carreira como jogador. O meu papel como comentador? Não teve qualquer impacto na minha decisão. Nessa função, pude falar com jogadores e treinadores para ganhar confiança e, ao mesmo tempo, obter as minhas qualificações. Levei o tempo que precisei, com humildade, para não me precipitar", disse ele em conferência de imprensa na sexta-feira.
E quando questionado sobre as suas funções no Rennes, o novo treinador foi claro: "Temos de dar uma nova energia ao clube e dar a esta equipa a sua identidade. Quero dar tudo de mim, trabalhar com pessoas que me enriquecerão e não ser calculista. Se olharmos para a minha carreira, vemos que estou determinado a progredir, a avançar e a evoluir".
"A necessidade de chegar rapidamente ao cerne da questão"
Às vésperas da partida contra o Estrasburgo, o Rennes está perigosamente perto da zona vermelha (16.º). A situação é catastrófica, agravada pela segunda demissão de um treinador este ano. E mesmo que Beye venha em socorro, nada indica que os Rouge et Noir consigam manter a sua posição. Nem mesmo com uma grande campanha de recrutamento. Mesmo assim, o clube vai tentar.
"Acho que a situação está longe de ser dramática, mesmo que haja coisas a serem feitas. Os desafios motivam-me. Posso confiar no meu pessoal e no pessoal já existente. Vejo muita competência neste clube", sublinha o novo treinador. "Temos de deitar mãos à obra rapidamente. O plantel é de grande qualidade, há recursos no clube e queremos recuperar a confiança e a energia. Tenho de tirar o máximo partido dos jogadores depois de ter tido muito tempo para analisar o que o clube está a fazer".
No que diz respeito ao plano de jogo, Beye gosta de equipas "dominantes". Por isso, ele tentará tirar proveito da confiança dos seus jogadores e incentivá-los a impor o seu ritmo às equipas adversárias. "Tenho de aproveitar as suas qualidades intrínsecas e tirar o melhor partido delas. Não consigo conceber o futebol sem intensidade, e tudo nos treinos tem de ser feito a um ritmo elevado", afirmou.
O primeiro desafio começa contra o Estrasburgo. Em seguida, enfrenta o Saint-Étienne, rival direto pela sobrevivência, antes de encarar o Lille.