Recorde as incidências da partida
Não tenhamos ilusões, os Red Devils podem não estar nem perto dos plantéis que conquistaram troféus e títulos rotineiramente na era Fergie, mas o United ainda é um dos maiores nomes do futebol mundial.
O desejo do Grimsby travou o início rápido do United
Com três remates nos primeiros 12 minutos em Blundell Park, o United começou bem o jogo, embora nenhuma das tentativas tenha acertado no alvo.
O público da equipa da casa incentivou os Mariners, talvez sentindo que aquele era o melhor momento possível para enfrentar o adversário da Premier League.
Quando Charles Vernam colocou o Grimsby na frente aos 21 minutos, não foi mais do que os anfitriões mereciam depois de arregaçar as mangas e levar o jogo para cima do United.
O facto de apenas um desarme ter sido ganho por um defesa do United - Harry Maguire - até esse momento, deveria ter sido um sinal suficientemente claro de que havia algo de errado na defesa, mas isso não foi resolvido.
Os dois desarmes de Tyler Fredricson, ambos perdidos, foram as únicas outras tentativas feitas pela defesa do United nos 95 minutos jogados.
Como se isso não fosse um dado estatístico suficientemente negativo, a equipa no seu todo conseguiu apenas nove desarmes durante toda a noite, sendo que Bruno Fernandes, com dois, foi dos que tentou mais, juntamente com os de Fredricson. O facto de o Grimsby ter conseguido 19, em comparação, deveria envergonhar qualquer jogador com a camisola do Manchester United.
Os problemas de André Onana no Man United continuam
Amad Diallo não demorou a acertar um dos seus dois remates à baliza, e Benjamin Sesko também tentou a sua sorte, ambos sem sucesso, antes do golo de Vernam.
O seu cruzamento fez com que o guarda-redes Andre Onana falhasse no ar, o que permitiu que Tyrell Warren, ex-jogador da academia do United, silenciasse o público com o segundo golo do Grimsby antes da meia hora.
Dois golos em três remates à baliza deveriam ter sido mais um sinal de alerta para os visitantes e, para crédito de Ruben Amorim, o português comandou as suas tropas para garantir que os anfitriões só tivessem mais um remate à baliza no resto do jogo.
O que é mais grave para o técnico é que, durante o período em que foram marcados os dois golos do Grimsby, era o United que estava em vantagem, com 66,7% de posse de bola, o que torna ainda mais evidente a sua falta de propósito ofensivo quando tinha o controlo do jogo.
Sesko fez tudo menos marcar
O terceiro remate de Sesko à baliza, logo após o United ter estado duas vezes em desvantagem, pelo menos mostrou ao seu treinador que ele estava a colocar-se nas posições certas.
Se tivesse sido mais eficaz, o resultado poderia ter sido diferente, mas há que dar alguma folga ao avançado, uma vez que ainda se está a habituar aos colegas e à formação de Amorim.
No final da primeira parte, o United ainda fez mais quatro remates.
Com todos os jogadores, à exceção de Sesko, a registarem uma precisão de passe de pelo menos 80%+, o jogo do United ganhou ritmo no início da segunda parte, em parte devido às três substituições que Amorim fez ao intervalo.
Finalização de Mbeumo dá esperança aos Red Devils
No entanto, um jogo mais físico por parte dos anfitriões, como seria de esperar de uma equipa da League Two (com todo o respeito), estava literal e metaforicamente a fazer com que os visitantes perdessem o ritmo.
Aos 15 minutos, o pêndulo já estava totalmente a favor do United.
Nos 15 minutos que se seguiram ao intervalo, o United teve 73% de posse de bola e mais cinco remates de Bruno Fernandes, Matheus Cunha, Amad, Bryan Mbeumo e Ayden Heaven.
Continuaram na frente e, depois de mais três remates, Mbeumo deu finalmente esperança ao United com um remate de classe aos 74 minutos.
United está em vantagem em todos os aspetos
No final do jogo, o United tinha feito 28 remates à baliza, quatro dos quais só nos descontos, nove deles à baliza, um dos quais um cabeceamento de Harry Maguire, aos 89 minutos, que parecia ter salvado o jogo para o United e a pele de Amorim.

70,3% de posse de bola e 457 passes certos, contra apenas 145 do Grimsby, são pelo menos pontos positivos para o United antes da decisão por penáltis.
Na verdade, as únicas áreas em que o conjunto da Premier League foi o segundo melhor em todo o jogo foram nas tentativas de desarmes mencionadas acima e nos desarmes ganhos (cinco contra 14 do Grimsby).
Apesar de ser um gosto adquirido para muitos, o capitão do United que se tornou comentador, Roy Keane, tem lamentado muitas vezes a falta de esforço em termos de aspetos físicos do jogo por parte das recentes iterações dos plantéis dos Red Devils, por isso, apesar de o United ter sido muito superior em todos os outros aspecos, isso será provavelmente esquecido no rescaldo de uma derrota tão chocante.
Cunha e Mbeumo falharam nos penáltis
O Grimsby falhou um dos seus cinco penáltis, com Onana a compensar um erro anterior ao agarrar com força o remate de Clarke Oduor, deixando a Cunha a simples tarefa de marcar o quinto penálti do United para garantir a passagem.
O remate mais fácil, defendido por Christy Pym, levou o jogo para a morte súbita, e quando o também reforço Mbeumo acertou na trave no seu segundo penálti, tudo estava acabado. O United estava eliminado.
Amorim deu a entender que está de saída?
Os comentários de Amorim após o jogo indicaram um claro desfasamento entre o treinador e os jogadores, e nesta fase só podemos especular se o treinador decidiu que já chega.
Apesar dos aspetos positivos que podem ser retirados do jogo, a sua credibilidade está em causa e, se sair antes ou durante a paragem internacional, Sir Jim Ratcliffe e companhia voltarão a pensar no assunto.
